Break-Even e sua Importância nos Investimentos

Se tomarmos o Ibovespa como referência e medirmos seu topo em Maio de 2008 (74.000 pontos) até seu fundo em Outubro de 2008 (29.500 pontos) iremos chegar a impressionantes 60% de desvalorização.

Agora façamos o contrário…

Vamos medir do fundo em Outubro-08 (29.500 pontos) até o último topo em Junho-09 (55.000 pontos).

Neste caso temos uma valorizaçãode aproximadamente 86,4%.

Investidores que não estejam atentos à alguns conceitos básicos sobre matemática financeira podem se iludir e achar que caso comprassem no topo de Maio-08 (74.000 pontos) e vendido em Junho-09 (55.000 pontos) estariam em um lucro de 26,4% (86,4% – 60%).

Porém, este cálculo está totalmente errado.

Para o investidor que comprou no auge da euforia, no auge da crise ele estaria com -60% em sua carteira.

Isso faz com que seja necessário um ganho na ordem de 150% para recuperar o seu capital inicial.

Ou seja, para ele recuperar o capital investido ele necessitaria de uma valorização de 150% do índice.

O nome dado para se chegar à este ponto de equilíbrio, onde o investidor recupera o seu patrimônio inicial, é Break-Even.

Vimos portanto que quedas bruscas no patrimônio necessitam de subidas ainda mais bruscas para se recuperar o capital.

Novamente friso que não devemos pensar em termos nominais (ex. Caiu 50%. Só preciso que suba 50% para voltar à condição inicial.

Devemos pensar sempre em termos relativos. Se caiu 50% eu preciso ganhar 100% para recuperar todo o prejuízo e voltar à condição inicial.

Como uma imagem vale mais do que mil palavras observem o gráfico do Break-Even para diferentes perdas.

Clique na imagem para Ampliar

O gráfico forma uma exponencial, em que quanto maior for o seu prejuízo, ainda maior será o ganho necessário para se recuperar o investimento inicial.

Sabendo disso, qualquer tipo de perda necessitará de um ganho maior, por mais amena que esta queda seja.

Portanto, gosto de fazer um pequeno teste com meus amigos para aplicar este conceito. Vamos à ele:

Temos 3 situações. Cada uma expressa um tipo de investidor (A, B, C e D). Ambos começam com $10.000.

  • Investidor A:

1 ano: Ganhou 5%. 2 ano: Ganhou 5%.

  • Investidor B:

1 ano: Ganhou 10%. 2 ano: Não ganhou e nem perdeu (0%).

  • Investidor C:

1 ano: Ganhou 15%. 2 ano: Perdeu 5%.

  • Investidor D:

1 ano: Ganhou 20%. 2 ano: Perdeu 10%.

Pergunta: Qual o investidor que obteve o maior lucro ao final do 2ano?

Embora todos apresentem uma média simples de 5% ao ano, fazendo as contas, vemos que o maior ganho total estará com o Investidor A.

A: 10,25% / B: 10% / C: 9,25% / D: 8%.

Imagem dos resultados:

Conclusão: Parafraseando Warren Buffett, sobre investimentos:

Regra nº1: Nunca perca dinheiro.

Regra nº2: Nunca esqueça da Regra nº1.

Gostou do artigo? Compartilhe!

Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

eBook-alocacao-ativos