Sumário Estatístico dos Investimentos

No post anterior vimos a rentabilidade acumulada dos diversos investimentos. Isso nos deu uma pequena idéia de como os ativos se comportam no longo prazo.

Agora iremos focar nas estatísticas destes investimentos, novamente em dois períodos. A análise terá foco no retorno composto anual, a média simples de retorno e o desvio-padrão de cada investimento.

1. Tabela com estatísticas dos investimentos (1994-2009)

Estatísticas 1994-2009

Estatísticas 1994-2009

A primeira lição que a tabela nos mostra é que o retorno composto de todos os ativos é menor do que a média simples de seu retorno. Isso é devido à volatilidade. Quanto maior a volatilidade maior será a diferença entre a média de retorno simples e o retorno composto.

Essa evidência fica clara quando comparamos os retornos do Ibovespa com a Selic. Embora a Bolsa tenha a média de retorno maior do que a Selic (27,00% contra 22,56%), seu retorno composto é menor (18,62% contra 21,22%). Essa enorme diferença se dá pelo enorme desvio-padrão da Bolsa (39,11%) em comparação com um desvio-padrão razoável da Selic (10,36%).

Outro dado interessante de se notar é a relação risco e retorno entre o Dólar e o Ouro. O Ouro teve um retorno bem melhor que o Dólar, além de ter um desvio-padrão ligeiramente menor.

Observemos agora o período de 1999 até 2009.

2. Tabela com estatísticas dos investimentos (1999-2009)

Estatísticas 1999-2009

Estatísticas 1999-2009

Existem diversos fatos interessantes para se comentar, analisando o período de 1999-2009 em comparação com o período de 1994-2009:

1. O desvio-padrão da Selic caiu de 10,36% para 3,56%. Uma redução de -65,6%. Olhando para o retorno composto, a perda não foi tão grande (de 21,22% para 16,55%). Redução de -22%. Ou seja, a Selic continuou oferecendo um alto retorno, agora com uma pequena volatilidade.

2. A Bolsa confirmou o melhor retorno composto, embora a volatilidade ainda se mostrasse bastante alta (37,98%).

3. A relação entre risco e retorno do Ouro em comparação com o Dólar tornou-se ainda mais favorável para o Ouro.

4. O retorno composto da inflação continuou assustando os investidores com incríveis 6,69% ao ano.

Conclusão: Avaliar diversos investimentos apenas pelo seu retorno composto pode ser muito perigoso, já que não se está olhando o risco por este proporcionado. O risco pode ser medido através do desvio-padrão. Quanto maior este, maior terá de ser a tolerância ao risco pelo investidor.

O investidor deve saber de antemão que ele só irá alcançar o retorno esperado de um ativo se ele se mantiver firme em seu planejamento, não abandonando sua estratégia no meio do caminho.

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Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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