IFIX: Tudo o que você precisa saber sobre o novo Índice de Fundos Imobiliários

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No dia 03 de setembro de 2012, a BM&FBovespa finalmente lançou o seu Índice para Fundos Imobiliários, o IFIX.

Esse é um importante passo para o mercado de capitais brasileiro e para todo investidor.

O amadurecimento do investimento em fundos imobiliários traz como consequência mais opções para investir, o que resulta diretamente em um maior poder de diversificação.

Seguindo os conceitos da Tríade Financeira, alocando em (1) Renda-Fixa, (2) Fundos Imobiliários e (3) Ações, o investidor pode aproveitar as 3 classes essenciais para diversificar sua carteira.

Com o IFIX, podemos agora analisar todo o universo de fundos imobiliários através de um único indicador.

Além disso, a criação do índice é um passo importante para o surgimento futuro de um ETF para fundos imobiliários.

Nesse artigo, compartilharei com vocês todas as informações necessárias para tirar o máximo proveito desse momento histórico.

O post está recheado de dados, gráficos e ainda disponibilizarei gratuitamente a planilha que reúne todas essas informações.

IFIX: O Básico sobre este índice

Nesse link da própria BM&FBovespa você encontra todas as informações sobre o índice.

Porém, para economizar o seu tempo, separei abaixo as 3 características mais básicas e importantes sobre ele.

  1. Os fundos imobiliários que compõem o índice são selecionados através de sua liquidez e sua participação ponderada pelo seu valor de mercado total.
  2. Para um fundo ser incluído no índice ele deve apresentar no mínimo 60% de participação em termos de presença no período de 12 meses.
  3. Para fundos com menos de 12 meses de listagem, esses somente são elegíveis se tiverem mais de 6 meses de negociação e apresentarem, no mínimo, os mesmos 60% de presença.
  4. A participação de um fundo no índice não poderá ser superior a 20%.

Apresentarei ao longo desse artigo todos os dados e gráficos essenciais sobre o IFIX, mas se você quiser matematicamente como funciona a metodologia do índice, você pode acessar esse PDF.

IFIX: Composição do Índice de Fundos Imobiliários

Você pode acessar a composição completa e atualizada do IFIX através desse link.

Atualmente, o índice é composto por 44 fundos imobiliários.

Abaixo, separei as 10 maiores participações dos fundos imobiliários no IFIX.

(Consulta no dia 04/09/2012)

Vale lembrar que a participação no índice é um reflexo do valor de mercado de cada fundo em relação ao total.

Portanto, o fundo imobiliário BRCR11B (Brazilian Capital Real Estate Fund) é o fundo com maior valor de mercado atualmente, de aproximadamente R$ 1,5 Bilhões, representando 12,71% do Índice.

Veja abaixo como ficou a distribuição dos fundos imobiliários por setores.

Distribuição por Setores

O Índice de Fundos Imobiliários é composto em sua maioria (mais de 60%) por fundos do setor de escritórios.

Alguns exemplos são: BRCR11B, KNRI11, HGRE11, BBVJ11 e BBFI11B.

Toda a categorização dos fundos imobiliários por setor você pode encontrar na planilha para download ao final do artigo.

IFIX: Rentabilidade Histórica do Índice

Desde o seu início em janeiro de 2011, o Índice de Fundos Imobiliários já subiu 50,55%, saindo de R$ 1.000 até R$ 1.505,51.

Através do gráfico é possível perceber a rápida evolução (principalmente em 2012) do índice.

Nota-se também que o índice não apresenta (ao menos até o momento) períodos de grande desvalorização.

IFIX: Rentabilidade Mensal e Anual

Com uma média de 2,08%, a rentabilidade mensal do IFIX é digna de dar inveja a qualquer ativo do mercado.

Até o momento, apenas 4 meses apresentaram rentabilidade negativa.

Todas inferiores a 1% no mês.

Rentabilidade Anual

No gráfico acima, uma comparação entre os 3 principais indicadores do mercado: IFIX, CDI e IBOV.

Em 2011, o índice de fundos imobiliários apresentou alta de 16,51%.

Em 2012, até o final de agosto, 29,22%.

Perceba no gráfico a importância da Tríade Financeira.

Vamos supor que o (1) CDI simboliza a Renda-Fixa, o (2) IFIX os Fundos Imobiliários e o (3) Ibovespa as Ações.

Essas 3 classes de investimentos apresentam retornos diferentes nesse período.

No caso, o IFIX teve alta de 50,55%, o CDI 17,91% e o Ibovespa -17,67%.

Ao invés do investidor pensar que deve colocar tudo nos fundos imobiliários devido ao alto retorno do passado, ele deve diversificar entre essas 3 classes.

Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Logo, diversificando em 3 tipos de investimentos diferentes, o investidor tende a melhorar suas chances de vencer no mercado no longo prazo.

Nada garante que os fundos imobiliários continuarão a apresentar retornos acima de 2% todo mês, assim como o Ibovespa pode engrenar uma forte subida nos próximos anos.

Porém, sabendo dessa imprevisibilidade do mercado, o caminho mais adequado para o investidor é definir qual alocação de ativos ele irá praticar através dessa Tríade Financeira.

Muitos investidores que participam do nosso estudo mensal sobre carteiras de investimentos utilizaram o 4-3-3, ou seja, 40% Renda-Fixa | 30% Fundos Imobiliários | 30% Ações e estão colhendo ótimos resultados.

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IFIX: Valor de Mercado

O IFIX está em constante mudança.

Por esse motivo, pode ser natural observarmos algumas subidas e descidas rápidas no valor de mercado total do índice.

O mercado de fundos imobiliários ainda está em fase de amadurecimento e a liquidez de alguns fundos podem variar a ponto do índice incluir/excluir ativos com maior frequência.

IFIX: Volatilidade Anualizada

Para terminar o estudo sobre esse novo índice, encontrei no próprio site da BM&FBovespa uma imagem com a volatilidade do IFIX.

Perceba que seu valor varia entre 5% e 10%.

Talvez esses números por si só não signifiquem nada para você.

Essa volatilidade é uma unidade de risco, medida através do desvio-padrão anualizado dos retornos mensais desse índice.

Piorei a explicação?

Não se preocupe…

Se você quiser entender melhor na prática esse conceito de risco, volatilidade e desvio-padrão veja esse artigo.

E para contextualizar o quanto essa volatilidade do IFIX é relativamente baixa, confira a imagem abaixo com a volatilidade do Ibovespa.

Volatilidade Ibovespa

Conclusão: Ações são mais arriscadas que fundos imobiliários.

O quanto é difícil dizer, pois dependerá do período analisado.

Exemplo disso são essas “agulhadas” no gráfico, em que a volatilidade sobe rapidamente, como na recente crise de 2008.

Note que a volatilidade ultrapassou 100% nesse período.

De lá pra cá, ela costuma variar entre 15% e 40%.

Portanto, de modo (bem) grosseiro podemos dizer que as ações são 3x mais arriscadas que os fundos imobiliários.

Baixe a Planilha com os Dados e Gráficos

Todos os dados e gráficos utilizados para elaborar esse artigo você pode baixar clicando no botão abaixo.

download button Hedge: O que é e Como fazer

Versão Excel 2007

Sem dúvida, a criação de um índice para fundos imobiliários é um importante passo para o amadurecimento desse setor.

Resta-nos agora esperar a criação de um ETF para esse segmento e, desse modo, garantir ainda mais tranquilidade na hora de investir.

(crédito das imagens: shutterstock.com)

Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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