(7/10) Como montar um planejamento financeiro que realmente funcione

planejamento-financeiroInvestir é como navegar.

Você precisa de uma direção, de um objetivo.

Não se planejar financeiramente é como navegar sem uma bússola ou um mapa.

Um bom planejamento irá garantir a você maiores probabilidades de sucesso.

E, deste modo, você conseguirá alcançar seus objetivos.

O que levar em conta em um planejamento financeiro?

1. Capital Inicial: O dinheiro que você possui para investir hoje.

Metáfora Navegação: O local de origem do seu trajeto.

2. Aportes Mensais: O quanto você está disposto a investir todo mês?

Navegação: Constantes paradas para pegar mais passageiros.

3. Taxa de Retorno da Carteira: Rentabilidade esperada de seus investimentos.

Navegação: A velocidade em que você irá percorrer o trajeto.

4. Prazo de Investimentos: Daqui a quantos anos/meses você precisará do dinheiro?

Navegação: O tempo em que você precisará chegar ao destino.

5. Taxa de Inflação Esperada: Estimativa da inflação (IPCA).

Navegação: A correnteza que diminuirá naturalmente a velocidade no trajeto.

1. Capital Inicial

Nenhum mistério aqui…

É simplesmente o quanto você possui disponível para investir hoje.

Quanto mais você tiver poupado ao longo do tempo, mais fácil ficará chegar em seu objetivo.

2. Aportes Mensais

Os aportes mensais são fundamentais para uma carteira de investimentos.

Eles promovem uma oportunidade para equilibrar naturalmente a carteira.

Exemplo:

Você tem uma carteira investida desta forma: 50% LFT e 50% BOVA11.

Depois de 1 mês sua carteira está da seguinte forma: 52% LFT e 48% BOVA11.

Logo você pode usar o aporte mensal para investir em BOVA11, com a intenção de trazer os 48% em BOVA11 novamente para 50%.

Só este equilíbrio pode aumentar o retorno e ainda diminuir o risco, adotando o Método da Alocação Mínima.

Além disso, os aportes mensais possuem uma importância muito maior nos primeiros anos do planejamento.

Como os juros compostos oferecem um ganho exponencial e não linear, um aporte mensal maior ajuda a inclinar a curva para cima.

Resumindo: Maiores aportes mensais promovem uma aceleração do crescimento do capital.

3. Taxa de Retorno da Carteira

Na maioria dos casos, é o fator mais importante.

Afinal, é onde vários investidores passam horas desenvolvendo estratégias de investimentos para aumentar o retorno de sua carteira.

A diferença entre ter um retorno de 5% ao ano e 10% ao ano é grande.

Principalmente em prazos maiores.

Por exemplo, ao longo de 20 anos, um retorno de 5% ao ano equivale ao retorno acumulado de 165,33%.

Já o retorno de 10% ao ano apresentaria um retorno acumulado de 572,75%.

Falando em dinheiro, seria a diferença entre ter R$ 265.330 ou R$ 672.750 para um capital inicial de R$ 100.000.

Logo, qualquer acréscimo de 1% ao ano faz uma grande diferença no longo prazo.

4. Prazo de Investimentos

Você investe com um objetivo em mente.

Ele pode ser:

  1. Comprar a casa dos seus sonhos.
  2. Comprar um carro.
  3. Viajar para o exterior.
  4. Pagar a faculdade dos filhos.
  5. Pagar despesas do casamento.

Você entendeu…

Este prazo pode ser tanto fixo (dia do casamento por exemplo) como flexível (pagar a faculdade dos filhos).

Quanto mais rígido for o prazo, você deve ter maior atenção ao montar uma carteira de investimentos.

Afinal, ela não pode falhar no prazo final.

Entretanto, prazos mais flexíveis podem ser um pouco mais agressivos, já que a esperar um ano a mais para alcançar um objetivo não lhe causará problemas.

5. Taxa de Inflação Esperada

Nenhum planejamento é eficiente se não considerar a inflação.

E é justamente neste ponto que muitas pessoas erram.

Afinal, o aumento de preços em vários produtos e serviços é visível e sentimos no próprio bolso.

Ainda me lembro do tempo em que pagava R$ 0,80 no ônibus…

A inflação é, sem dúvida, o pior custo para o investidor.

Uma olhada nos números históricos comprovam:

A inflação (IPCA) desde o início do plano-real (julho de 1994) está em torno de 6,5% ao ano.

A poupança, no mesmo período, apresentou uma rentabilidade anual em torno de 8,5% ao ano.

Você entende agora a importância da inflação em um planejamento?

Ignorá-la é se iludir com um dinheiro que você não terá.

Exemplos práticos de planejamento financeiro:

Conhecer as principais variáveis pode ajudar você a entender melhor como se planejar.

Mas nada melhor do que exemplos práticos para entender a aplicação de um planejamento financeiro.

Veja como o exemplo proporciona maior tranquilidade na busca de uma meta.

Com o mapa na mão, você saberá os caminhos que deve tomar para chegar ao destino.

Conheça Carlos, um jovem estudante de engenharia que já pensa no futuro

Carlos está terminando os longos 5 anos do curso de engenharia.

[Capital Inicial] Ele possui hoje um capital de R$ 5.000.

[Aportes Mensais] Como já trabalha como estagiário consegue guardar mensalmente R$ 1.000.

[Taxa de Retorno] Como é jovem, Carlos optou por uma estratégia mais agressiva. Sua carteira contém uma alocação de 80% Ações e 20% Renda-Fixa. Seu retorno esperado é de 15% ao ano.

[Prazo de Investimento] Seu objetivo é comprar um carro daqui a 3 ou 5 anos. Seu prazo é flexível e a qualidade do carro pode depender do quanto ele conseguir juntar no período.

[Inflação Esperada] Embora a meta do governo seja de 4,5%, Carlos optou por considerar o valor de 5,0% ao ano.

3anos-15

Resultados:

3anos-15-Resultado

O resultado esperado em 3 anos é de R$ 48.107,72.

Caso a carteira de Carlos apresente este retorno de 15% ao ano nos 3 anos ele poderá comprar um carro próximo deste valor.

Atualmente, com um valor destes é possível comprar um carro acima da categoria popular.

Porém, em 3 anos, esta carteira com alocação de 80% Ações e 20% Renda-Fixa pode apresentar um retorno menor do que 15% ao ano.

Carlos está ciente disso e está disposto a esperar mais dois anos para comprar o carro.

Qual seria o resultado no prazo de 5 anos?

5anos-15-Resultado

O resultado esperado em 5 anos é de R$ 84.129,33.

Com este dinheiro daria para comprar um bom carro e ainda contar com acessórios de luxo.

Entretanto, como enfatizamos acima, 15% ao ano é uma estimativa.

Na prática, sabemos que o resultado será diferente, podendo ser a menos ou a mais.

O objetivo do planejamento não é mostrar com exatidão o quanto você terá, mas sim uma estimativa.

Em todo cálculo financeiro vale a máxima “trash in, trash out”

Ou seja, se você colocar péssimos dados de entrada terá resultados péssimos resultados de saída. Imprecisos e fora da realidade.

Portanto, com o intuito de ser um pouco mais conservador, Carlos planeja um retorno de 7,5% ao ano durante estes 5 anos.

Qual seria o novo resultado final?

5anos-7,5-Resultado

R$ 69.356,67.

Um resultado que também é muito bom, possibilitando a compra de um bom carro.

Ainda não satisfeito com os números, Carlos decide cortar gastos pessoais, conseguindo economizar R$ 100,00 todo mês para comprar seu carro.

Será que apenas R$ 100,00 mensais poderão ajudá-lo de forma significativa?

5anos-7,5-aporte1100-Resultado

Com estes dados Carlos teria um patrimônio esperado de R$ 75.729,91.

Poupando apenas R$ 100,00 todo mês, Carlos conseguiu mais de R$ 5.000,00 para auxiliar na compra de seu carro.

Pequenas diferenças podem trazer bons resultados, principalmente no longo prazo.

Conclusão

Planejar é avaliar cenários.

É saber que não existe um caminho reto entre a origem e o destino.

Porém, com um mapa na mão e uma bússola para lhe guiar, você poderá chegar ao destino diminuindo os riscos durante o percurso.

Baixe a planilha de planejamento financeiro utilizada neste artigo e faça suas simulações. (versão Excel 2003 aqui)

Você ainda encontrará uma aba para você comparar dois planejamentos diferentes.

Teste aumentar o aporte mensal, alargar o prazo de investimento ou até mesmo o retorno esperado.

Mas lembre-se, a máxima continuará valendo: “trash in, trash out…”

Na dúvida, seja sempre conservador em suas estimativas.

“It’s better be safe than sorry…”

Encare a possibilidade de ter mais dinheiro do que o planejado como um bônus.

Deste modo, você terá mais tranquilidade, segurança e felicidade.

Desejo sucesso para você alcançar suas metas!

Aguardo você na próxima lição da semana que vem!

Na lição #8 você irá aprender como cortar drasticamente os custos de seus investimentos.

Talvez você não tenha reparado ainda, mas o custo é um dos maiores vilões e que influencia diretamente a sua rentabilidade.

No próximo artigo você irá conhecer 3 dicas simples para cortar custos e diversos links que também ajudarão a escolher serviços mais em conta.

Forte Abraço,

Henrique Carvalho

Índice das 10 lições do MiniCurso HC Investimentos

  • Lições Completas (Continue no Ritmo!) 🙂

1: Como Diversificar uma Carteira de Investimentos

2: 66% dos Fundos Ativos Perdem para o Ibovespa. Conheça o Efeito Dunning-Kruger

3: Você sabe o que determina 90% do retorno de sua carteira?

4: O que um Treinador de Futebol pode Ensinar Você sobre Investimentos?

5: Você comete algum destes 10 erros mais comuns dos investidores? [Parte #1]

6: Você comete algum destes 10 erros mais comuns dos investidores? [Parte #2]

  • Você Está Aqui:

7: Como montar um planejamento que realmente funcione?

  • Na Próxima Lição:

8: Como minimizar os custos de uma carteira de investimentos?

  • Lições Restantes do MiniCurso:

9: Saiba Quais Ferramentas Utilizar para Investir Melhor

10: A Última Fronteira que Separa Você do Sucesso Financeiro

P.S.

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