(2/10) 66% dos Fundos de Investimentos Perdem para o Ibovespa: Você Ainda Quer Colaborar para Aumentar este Número?

Um estudo feito pela iShares comprova:

66% dos fundos ativos em ações obtém desempenho abaixo do Ibovespa.

Note ainda que não é apenas o retorno que é inferior ao mercado…

O risco é ainda pior.

78% (!) dos fundos ativos apresentaram ser mais arriscados que o índice.

Pense comigo:

  • Estes fundos profissionais de ações contam com uma ampla equipe de research…
  • Obtém os dados sempre atualizados de todos os indicadores importantes…
  • Possuem uma equipe de analistas e gestores que trabalham o dia inteiro somente para o fundo…

…e somente 34% obtém sucesso no mercado.

Estudo-iShares-Fundos-Ativos-x-Passivos

Parece estranho?

Agora pense em você:

  • Você não possui uma equipe para visitar empresas, conversar com administradores…
  • Você não tem o tempo necessário para avaliar cada empresa em todos os detalhes…
  • Você não tem acesso aos dados precisos, históricos e atualizados de cada empresa da Bolsa…

…e ainda assim busca superar o Ibovespa?

Talvez porque você se considere um investidor mais inteligente do que à média…

É o que a maioria dos investidores costuma dizer…

Será mesmo?

Continue lendo para saber como funciona a mente humana neste tópico e como eu me iludi diversas vezes no mercado.

Estudos já mostraram que é natural do ser humano se achar superior em diversas ocasiões.

Por exemplo, quando perguntados se dirigiam melhor do que a média, 93% dos americanos entrevistados responderam que sim.

93%!!!

E este tipo de padrão (“eu sou superior à média”) se repete em várias áreas.

Porém, nenhuma delas é tão perigosa como as finanças.

A frase abaixo expressa bem o que quero dizer:

“A bolsa de valores tem mais gênios que o Prêmio Nobel e mais profetas que o Velho Testamento” – Origem Desconhecida

Conheça o Efeito Dunning-Kruger

Dunning-Kruger Effect

Brincadeiras à parte, este viés é conhecido como Dunning-Kruger effect.

Pessoas sem habilidade tomam decisões ruins e conclusões erradas, porém, são incapazes de reconhecer seus erros.

Esta falta de habilidade provém da ilusão de superioridade, acreditando que elas são muito melhor em relação à média, superestimando suas habilidades reais.

Geralmente estas pessoas apresentam o seguinte comportamento:

  1. Tendem a superestimar seu nível de habilidade;
  2. Falham em reconhecer a verdadeira habilidade dos outros;
  3. São incapazes de reconhecer seus erros.

E hoje em dia, com as informações cada vez mais conectadas via twitterfacebook, email, todo mundo é um especialista…

Não é à toa que muitos médicos, advogados, engenheiros, mestres e doutores entram na bolsa cheios de confiança.

Afinal, eles são inteligentes na área em que atuam.

Logo, porque seriam inferiores à média dos investidores?

E, cometendo este viés da ilusão de superioridade, jogam anos de trabalho no lixo com enormes perdas na Bolsa.

Conheça a minha história e como sofri para reconhecer que era uma vítima da ilusão de superioridade

Era final de 2007.

A Bolsa já havia apresentado uma fraqueza com o início da crise do subprime em agosto deste ano, mas logo voltou a subir meses depois.

Não queria investir meu dinheiro pessoal, afinal não me sentia preparado para a realidade das ações.

Deste modo, o caminho que tomei foi aplicar dinheiro virtual, através de um simulador da Bolsa.

Escolhei, de maneira bem aleatória, duas ações: Banco do Brasil (BBAS3) e Vale do Rio Doce (VALE5). [ainda não era apenas “Vale”]

Prometi que só olharia o resultado no final do mês.

E assim o fiz.

Porém, ao verificar minha rentabilidade não acreditei no que via e meus olhos não desgrudavam do valor na tela.

Havia obtido um retorno de 25% em um único mês…

Imagine a cabeça de um jovem de 19 anos vendo estes números.

Na hora peguei a calculadora e percebi que chegaria ao tão sonhado R$ 1 milhão em menos de 3 anos.

A sensação foi exatamente essa abaixo:

Sem cogitar qualquer tipo de risco, coloquei todo o meu dinheiro guardado (algo em torno de R$ 1.500, ainda bem!) em ações.

Só que desta vez escolhi as ações Petrobrás (PETR4) e Usiminas (USIM5). O critério? Eram blue-chips.

Acreditava que o retorno era alto e o risco reduzido, afinal são blue-chips… (que doce ilusão!)

Além disso, estava confiante, já que me considerava um investidor acima da média por ter conseguido 25% em um único mês.

O primeiro mês com dinheiro real foi um terror.

Em janeiro de 2008, a bolsa novamente deu sinais de que a crise era real e preocupante.

Fechei o mês com uma perda próxima de -20%.

Liquidei ambas as ações no meio do pânico.

Este foi meu primeiro prejuízo e meu primeiro aprendizado.

O mercado não é nada fácil como aparenta para iniciantes.

Principalmente para aqueles como eu, que me achava superior à média, sem ter investido um único real na Bolsa.

Estava cego pelo Dunning-Kruger effect.

Afastei-me do mercado e fui fazer o que todos deveriam fazer: estudar.

Nova Fase, Velhos Resultados

Com a intenção de melhorar meus investimentos estudei Análise Técnica, Análise Fundamentalista, Análise Quantitativa e Opções.

E estudei bastante…

Ao ponto de um dia ter faltado luz no meu prédio e eu sair correndo para a escada, com o intuito de aproveitar a luz de emergência para continuar lendo este livro.

Porém, mesmo com os estudos, os resultados estavam longe de satisfatórios…

Eu ainda ficava um pouco inseguro com o meu método.

Eu ainda hesitava em fazer algumas operações.

Eu ainda passava muito tempo ligado ao mercado.

Pior, estava abdicando de tempo que poderia estar com minha família, com meus amigos, correndo, praticando esportes…

E um belo dia eu simplesmente desisti das ações individuais.

Eu não queria mais saber de PETR4, VALE5, Venda Coberta, Retração de Fibonacci, Valuation…

Eu não queria ter de passar 4 horas do meu dia lendo notícias, baixando relatórios de empresas, atualizando planilhas financeiras, desenhando gráficos.

Eu não queria ser mais uma vítima da ilusão de superioridade.

Eu queria tranquilidade, menos risco.

Eu queria menos tempo analisando o mercado.

Eu queria liberdade.

E fui atrás dela!

dicas-de-investimentos-viver

A solução para todos os problemas:

E foi neste momento que comecei a aplicar nos ETFs (Exchanged Traded Funds)

De uma única vez eu pude:

  1. Reduzir o risco de minha carteira
  2. Reduzir os custos de minhas operações
  3. Não me preocupar sobre o que fazer com dividendos
  4. Ter uma ótima indexação ao Ibovespa
  5. O mais importante: Mais tempo fora do mercado = tranquilidade! 🙂

O investimento em ETFs no Brasil ainda é pouco divulgado e pouco aplicado.

Nos mercados mais consolidados eles já possuem uma grande participação e apresentam um crescimento de novos investidores, ano após ano.

Basta entrar na página da iShares americana e ver a quantidade de ETFs disponíveis.

Existem ETFs para Ações, Renda-Fixa, Fundos Imobiliários, Ouro, Prata, Mercado Nacional, Internacional, Emergentes…

As opções são diversas, facilitando bastante a vida do investidor americano.

Após aplicar em ETFs aqui no Brasil, os resultados começaram a aparecer.

E o ápice ocorreu quando no ano de 2010 obtive um retorno maior do que o lendário Credit Suisse Hedging Griffo Verde.

O fundo multimercado que considero o melhor fundo de investimentos do Brasil.

E, melhor, obtive um risco menor do que o fundo.

Tudo catalogado publicamente na seção carteira de investimentos aqui no blog.

Após toda esta história, constatei um importante paradoxo:

Quanto mais você tentar bater um índice, menor serão suas chances de efetivamente batê-lo.

É como a seguinte frase:

“Success usually comes to those who are too busy to be looking for it.” – Henry David Thoreau

Esteja concentrado nos seus investimentos, na sua alocação e não em tentar bater um índice.

Se você está fazendo um bom trabalho, os resultados certamente virão.

Às vezes, as decisões mais simples acabam sendo as melhores decisões.

Agora é com você!

Minha intenção não é de maneira alguma apontar que você é um investidor abaixo da média.

Muito menos de que a única solução para os investimentos seja a indexação.

Entretanto, esta lição contém a trajetória de praticamente 4 anos de um investidor que já passou por diversos caminhos.

Mostrei a você estudos que comprovam o mau desempenho dos fundos ativos.

Profissionais que são pagos exclusivamente para este trabalho.

Apresentei também os vieses cognitivos que podem estar (inconscientemente) atrapalhando você a garantir melhores resultados.

Para finalizar, mostrei com eu fui vítima da ilusão da superioridade e do Dunning-Kruger effect.

Agora, somente você que poderá mudar seu futuro financeiro.

Que tal conhecer mais sobre o investimento em ETFs?

Sucesso nos seus investimentos!

Aguardo você na próxima lição da semana que vem!

A lição #3 irá mostrar o que determina 90% do retorno de uma carteira de investimentos.

Muitos pensam que é o momento da compra e venda do ativo, porém, já adianto que essa maioria está errada.

Não deixe de ler a lição #3 para conhecer melhor o estudo que explica em detalhes o fator que determina 90% do retorno de uma carteira de investimentos.

Forte Abraço,

Henrique Carvalho

Índice das 10 lições do MiniCurso HC Investimentos

  • Lições Completas (Continue no Ritmo!) 🙂

1: Como Diversificar uma Carteira de Investimentos

  • Você Está Aqui:

2: 66% dos Fundos Ativos Perdem para o Ibovespa. Conheça o Efeito Dunning-Kruger

  • Na Próxima Lição:

3: Você sabe o que determina 90% do retorno de sua carteira?

  • Lições Restantes do MiniCurso:

4: O que um Treinador de Futebol pode Ensinar Você sobre Investimentos?

5: Você comete algum destes 10 erros mais comuns dos investidores? [Parte #1]

6: Você comete algum destes 10 erros mais comuns dos investidores? [Parte #2]

7: Como montar um planejamento que realmente funcione?

8: Como minimizar os custos de uma carteira de investimentos?

9: Saiba Quais Ferramentas Utilizar para Investir Melhor

10: A Última Fronteira que Separa Você do Sucesso Financeiro

P.S.

Se você está gostando desse MiniCurso, você irá adorar nosso eBook sobre Alocação de Ativos.

Saiba mais sobre a estratégia que ajuda você a comprar na baixa e vender na alta, tirando as fortes emoções do mercado.

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