Análise Mensal dos Mercados (Junho)

O mês de junho passou e deixou uma incerteza nos mercados de forma geral.

De acordo com dados do portal infomoney os principais mercados apresentaram baixa neste mês:

Poupança: +0,57%

CDI: +0,76%

Ibovespa: -3,26%

Dólar Ptax: -1,08%

Ouro: -3,23%

Interessante notar que o Dólar e o Ouro, que normalmente servem de hedge em relação ao Ibovespa, apresentaram movimento semelhante a este. Os 3 apresentaram perdas, o que pode revelar uma maior indefinição nos mercados e quem sabe um ponto de inflexão.

Vamos dar uma olhada em alguns gráficos para observarmos como anda a situação de alguns índices e ativos.

Caso queira ver mais detalhes nas imagens clique sobre elas para ampliá-las.

1. Gráfico dos Juros Futuros na BM&F para Janeiro de 2010 (DI1FF10):

Juros Futuros 2010

Juros Futuros 2010 (clique para ampliar)

No auge da crise, os juros futuros para 2010 chegaram a ser negociados à uma taxa de mais de 17%. A crise fez surgir ótimas oportunidades em diversos mercados. O difícil era manter o sangue frio e ter a disciplina para se aproveitar dela e não se deixar apavorar pelo cenário no momento.

Atualmente os juros perderam um pouco de sua forte tendência de baixa. A inclinação de queda hoje é menor e, mesmo que haja espaço para novas quedas, as quedas dos juros parecem estar próximas a um fim.

2. Gráfico do Ibovespa:

Ibovespa

Ibovespa (clique para ampliar)

O Ibov segue em seu amplo canal de alta, porém vem demonstrando cansaço nestas últimas subidas, o que pode indicar uma possível reversão. Atualmente parece estar formando um O-C-O (Ombor-Cabeça-Ombro) indicado pelas 3 setas vermelhas com sua neckline (linha de pescoço) em vermelho. Esta é uma figura de reversão, dando mais credibilidade à uma possível mudança de tendência.

Lembrando que Análise Técnica não expressa nenhuma certeza, apenas probabilidades e é possível que em um mesmo gráfico muitos vejam situações diferentes.

3. Gráfico do PIBB11:

PIBB11

PIBB11 (clique para ampliar)

Semelhante ao Ibov, o PIBB11 está num canal de alta apresentando fraqueza atualmente. Pode estar formando um O-C-O também.

4. Gráfico do Petróleo (CLF):

Petróleo (CLF)

Petróleo (CLF) (clique para ampliar)

Como nossa bolsa é bastante exposta a commodites resolvi pegar o gráfico do petróleo para confirmar as expectativas de uma possível reversão no mercado acionário.

O petróleo está tocando a sua LTA (linha de tendência de alta) em azul, formando atualmente um topo duplo (M), indicado pelas 2 setas vermelhas. Caso perca a linha vermelha é possível termos uma maior correção no preço do petróleo, que se valorizou bastante após a sua expressiva queda.

5. Gráfico do Dólar Comercial:

Agora analisaremos os ativos contra-cíclicos aos que analisamos anteriormente. Como já dito aqui, a correlação entre a Bolsa (Ibov) e o Dólar é negativa, portanto eles tendem a andar em direções opostas.

O Dólar se encontra no fundo do seu canal de baixa, apresentando atualmente uma força compradora por volta de R$ 1,92, formando um possível fundo duplo (W), indicado pelas 2 setas azuis.

6. Gráfico do Ouro BM&F (OZ1D):

Ouro BM&F (OZ1D)

Ouro BM&F (OZ1D) (clique para ampliar)

O Ouro BM&F (OZ1D) também é um ativo contra-cíclico perante a Bolsa (Ibov), mas com menor correlação do que o Dólar. Sua demanda aumenta bastante em situações de crise, o que faz com que seus preços subam. Quanto maior o risco no mercado, a tendência é de valorização do Ouro e vice-versa.

Atualmente em um canal de baixa, parece ter formado fundo duplo (W) indicado pelas 2 setas azuis. Caso rompa o topo do canal de alta pode apresentar um movimento de alta mais forte.

Conclusão: Os mercados parecem estar em um importante ponto de inflexão, mostrando cansaço nos ativos ligados à Bolsa e uma possível reversão de alta nos ativos contra-cíclicos.

Lembro novamente que isto é uma hipótese que poderá se confirmar, mas de modo algum é uma certeza. O mercado é sempre soberano e é ele que dita as regras.

Tendo uma expectativa para algum movimento futuro no mercado devemos sempre avaliar o que poderá ocorrer com nossa carteira caso nossa expectativa não se confirme. Para isso devemos ter um bom gerenciamento de risco, visando diluir o risco, para que um movimento não esperado nos pegue de surpresa.

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Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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