Com o aumento do juro previsto para este ano de 2011, as taxas dos títulos públicos subiram bastante, tornando-se atrativos investimentos para os investidores.
O Tesouro Direto é um importante instrumento de investimento para buscar driblar a inflação.
Quanto maior a inflação esperada, maior tendem a ser as taxas oferecidas pelos títulos.
Portanto, se você deseja se proteger do IPCA ou IGPM, o Tesouro Direto oferece ótimas opções.
Ao longo deste artigo você terá acesso aos seguintes tópicos:
- Todos os custos presentes no investimento em títulos públicos
- Cálculo da Inflação Implícita para diversos anos desejados
- Aproximação de cálculo para a Rentabilidade futura dos títulos posfixados
- Tabela Final com o Retorno Líquido para todos os títulos ofertados no Tesouro Direto
Leia também esse artigo sobre títulos públicos no site Clube do Valor.
Tesouro-Direto: Rendimento Atual (04/02/2011)
Títulos prefixados passaram a oferecer taxas superiores a 13% ao ano.
Entretanto, ao acessarmos a página do Tesouro Direto é possível constatar apenas o retorno bruto dos títulos.
Ou seja, uma taxa de 13% ao ano oferecida pela LTN com vencimento em 2013 não inclui os diversos custos na operação com este título.
Custos para investir no Tesouro Direto
1. Taxa de Negociação
- 0,10% sobre o valor da operação.
2. Taxa de Custódia
- 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos.
Para saber mais, leia o artigo “Taxas cobradas no Tesouro Direto“.
3. Taxa dos agentes de custódia (corretoras)
- É cobrada livremente e varia de 0% até 1% ao ano.
Veja a lista das melhores corretoras para investir no Tesouro Direto neste artigo do meu amigo Rafael Seabra, do site Quero Ficar Rico.
4. Imposto de Renda
O imposto cobrado é semelhante aos fundos de renda-fixa. A tabela do IR é a seguinte:
- 22,50%, em aplicações com prazo de até 180 dias;
- 20,00%, em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
- 17,50%, em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
- 15,00%, em aplicações com prazo acima de 720 dias.
Para maiores detalhes, veja o artigo “Tributação do Tesouro Direto“ no site Quero Ficar Rico.
Retorno Líquido dos Títulos do Tesouro Direto
Com todos os custos acima podemos trabalhar nos dados do Tesouro Direto para calcularmos o Retorno Líquido de cada título oferecido.
E se você ainda não tem ideia da influência dos custos em sua carteira de investimentos leia meu artigo:
Antes de partir para os cálculos precisamos fazer algumas suposições:
1. Inflação Implícita
Títulos Públicos indexados ao IPCA possuem dois componentes em sua taxa anual:
- Taxa prefixada – A taxa apresentada no Tesouro Direto – Ex. NTN-B 15/05/2015: 6,47%.
- Variação do IPCA no período – Ano passado (2010), o IPCA registrou alta de 5,91%.
Portanto, a taxa (bruta) deste título seria de 12,76%, utilizando a fórmula: ( 1 + 0,0647) x ( 1 + 0,0591) -1 = 0,1276.
Entretanto, não sabemos qual será a inflação para cada vencimento dos títulos indexados ao IPCA.
Como então calcular a inflação implícita para 2015, 2017, 2020, etc?
Fórmula para Inflação Implícita: [ ( 1 + Taxa DI Futuro ) / ( 1 + Taxa NTN-B ) ] -1 – Spread
Exemplo: Inflação Implícita para 2015: [ ( 1 + 0,1289 ) / ( 1 + 0,0647 ) ] – 1 – 0,002 = 6,03%
É necessário retirar o spread pelo fato dos títulos prefixados apresentarem maior retorno (e maior risco) em relação aos títulos indexados ao IPCA com mesmo vértice (vencimento).
Logo, citando um exemplo, uma LTN 2015 é considerada mais arriscada do que uma NTN-B 2015, de acordo com dados históricos.
Portanto, embora não seja possível atribuir um valor exato para o desconto do spread, resolvi atribuir livremente um pequeno valor de 0,20% para o spread.
2. Taxa dos Títulos Posfixados
Os títulos posfixados tem como rentabilidade a Taxa Selic Média do período.
Portanto, como calcular a taxa destes títulos se não sabemos qual será a taxa Selic daqui a 1, 2 ou 5 anos?
Com o intuito de facilitar os cálculos utilizados, optei por realizar apenas um média entre a Meta Selic atual (11,25%) e a taxa de juros futura para os diferentes vencimentos, 2015 e 2017.
Você pode acessar as taxas de juros futuras para diversos vencimentos neste link, da própria Bovespa.
Logo, basta verificar as taxas do DI Futuro e calcular a média com a Meta Selic atual.
Neste caso, temos 12,89% para o vencimento em 2015 e 12,79% para 2017.
3. Alíquota Média para o IR
Calcular a alíquota do IR para os títulos sem cupom é fácil. Basta seguir a tabela de IR exposta anteriormente no artigo.
Entretanto, o problema aparece nos títulos com cupom.
Visando simplificar nosso modelo, não considerei o efeito do IR nos cupons.
Em termos práticos, a alíquota de IR média para a NTN-B 15/05/2035 é de 15,12% [fonte].
Portanto, como a diferença entre a alíquota de IR é de apenas 0,12% para o título sem cupom (NTN-B Principal 15/05/2035) e esta alíquota incide apenas sobre os lucros, optei por simplificar os cálculos.
Resultado Final
Após juntar todos estes dados e cálculos podemos, enfim, calcular a rentabilidade líquida dos títulos do tesouro direto.
Ranking de Rentabilidade:
- 1. Prefixados
- 2. Indexados IPCA
- 3. Posfixados
Lembrete de sempre: Embora os dados possam sugerir uma maior rentabilidade em um título ou outro, o ideal é procurarmos sempre diversificar nossos investimentos.
O futuro não nos pertence e os dados apresentados acima podem ser diferentes na realidade futura.
Para conhecer o guia absolutamente completo sobre Tesouro Direto, visite esse link aqui.
(crédito das imagens: shutterstock.com)