Como Adotar a Estratégia de Alocação de Ativos Hoje Mesmo

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O principal assunto desse site sem dúvida é a Alocação de Ativos.

Trata-se de uma simples estratégia que ajuda você a diversificar sua carteira de investimentos.

O assunto não deve ser novidade para muitos leitores. Porém, uma dúvida comum chega ao meu email constantemente e gostaria de compartilhar com vocês.

“Henrique, adorei conhecer a estratégia da alocação de ativos. Entretanto, como devo fazer para sair de uma carteira antiga para uma carteira mais diversificada, seguindo a estratégia da Alocação de Ativos?”

“Devo realizar essa mudança de uma vez só ou seria melhor fazer as mudanças de pouco em pouco?”

Se você já conhece bem essa estratégia, a resposta é extremamente simples.

Ao longo desse artigo, vou mostrar a você como migrar de uma carteira antiga mal diversificada para uma nova carteira seguindo os princípios da alocação de ativos e preparada para encarar os desafios do mercado financeiro.

Qual é melhor momento para adotar a Alocação de Ativos?

Geralmente, essa pergunta vem acompanhada dessa outra pergunta:

“Tenho uma ação com um prejuízo de 50%. Não seria melhor esperar ela voltar ao preço que comprei para me desfazer dela?”

Gosto muito de uma frase que diz o seguinte:

A qualidade de uma resposta depende da qualidade de uma boa pergunta.

Se você fizer perguntas de qualidade, receberá respostas de qualidade.

Entretanto, perceba que a pergunta acima não é um bom tipo de pergunta.

O melhor momento para comprar ou vender um ativo nós nunca saberemos.

Talvez essa ação com prejuízo de 50% possa ter um prejuízo ainda maior, de 80% por exemplo.

O futuro é imprevisível, não podemos controlá-lo e por esse motivo, devemos aceitar sua incerteza.

Embora não exista o melhor momento para você comprar e vender seus ativos, você pode se apoiar nas bases da alocação de ativos para montar sua carteira sem se preocupar com esses “melhores momentos”.

A Beleza da Alocação de Ativos

Para sua surpresa, acredito que você deve fazer a migração da carteira antiga para uma nova assim que se sentir confortável com a Alocação de Ativos.

Isso mesmo. Ao invés de esperar o “melhor momento” para se desfazer dos ativos velhos para comprar os ativos novos, você deve fazer a mudança agora, independente do cenário atual.

Explicarei com mais detalhes o porquê ao longo desse artigo.

Porém, para realizar essa rápida mudança em sua carteira você precisa primeiro conhecer e sentir-se confortável com a estratégia de alocação de ativos.

Se você ainda não está totalmente confortável com essa estratégia e precisa de mais informações, sugiro ler essa página sobre o tema.

Caso deseje aprender os detalhes da estratégia, de forma muito rápida e com todo apoio possível, convido você a conhecer o meu eBook sobre Alocação de Ativos.

Basta clicar aqui para saber mais sobre esse material.

A beleza da Alocação de Ativos está justamente no fato de ser uma estratégia que reduz bastante os riscos, além de ser naturalmente bem diversificada, se o investidor souber ao menos o básico dessa estratégia de investimento.

Portanto, após definir o percentual para cada classe e ativos em sua nova carteira, é recomendável fazer a mudança nesse exato momento, à preço de mercado.

“Mas e os meus investimentos que apresentam perdas?” você pode estar pensando…

Como lidar com investimentos perdedores?

Você olha para sua carteira e observa vários ativos no vermelho.

Talvez sejam ações que você comprou no auge da euforia em 2008 e que agora estão com -50% de variação.

As ações foram caindo, caindo e você pensou: “vou deixar para o longo prazo”.

Nos fóruns, era comum encontrar pessoas que diziam agora estar casadas com esse tipo de ação.

Porém, esse tipo de pensamento é extremamente perigoso.

Você não quer ficar com um ativo tóxico em sua carteira, quer?

Mas também não quer vendê-lo no prejuízo, não é verdade?

Então você precisa conhecer o Viés do Custo Irrecuperável, ou Sunk Cost.

Conheça o Custo Irrecuperável (Sunk Cost)

Imagine a seguinte situação:

Você pagou R$ 10 para assistir um filme. Porém, após 15 minutos você nota que o início do filme é horrível.

O que você faz? Sai imediatamente do cinema ou esperar o desenrolar do filme para ver se melhora? Afinal, você já gastou os R$ 10 nele…

Se você é como a maioria das pessoas, você optaria por continuar assistindo o filme porque ao sair dele seria como se você tivesse perdido R$ 10.

O tempo de 15 minutos investidos para ver o filme e o valor pago de R$ 10 por ele são suficientes para que a maioria das pessoas assistam um filme ruim mesmo quando percebe-se a baixa qualidade do filme logo no início.

O fato é que o ser humano busca ao máximo evitar perder algo que já possui, mesmo que para isto tenha que perder ainda mais.

Você não poderá recuperar os 15 minutos perdidos no filme e por isso continua assistindo-o até o fim para tentar evitar o sentimento de perda.

Nos investimentos, o custo irrecuperável é extremamente comum.

Quando um ativo apresenta um prejuízo e se revela uma péssima escolha para sua carteira de investimentos, o investidor continua mantendo o ativo em carteira na esperança de vendê-lo com lucro ou no “zero-a-zero” algum dia.

O investidor simplesmente ignora o fato de que esse já é um dinheiro perdido e o que importa agora é como está sua alocação de ativos.

Ele pode manter uma ação individual com perda de –20% ocupando 50% de sua carteira, concentrando um altíssimo risco, ou vendê-la para diversificar totalmente sua carteira.

Quantas vezes você já presenciou essa situação?

O problema do custo irrecuperável é que o tempo e o dinheiro investido na compra desse ativo refletem o passado, que não tem volta.

Logo, o investidor se apega ao preço de compra do ativo, ao invés de avaliar qual é a melhor alocação de ativos para sua carteira hoje.

Ele compraria esse ativo hoje? Ou preferiria investir em outros ativos?

Provavelmente, esse investidor não compraria esse ativo hoje, mas ainda continua mantendo-o em sua carteira por estar apegado ao preço que pagou e por ser incapaz de admitir uma perda ou uma avaliação errada.

Veja também nesse link outros diversos viéses comportamentais que os investidores cismam em seguir.

O que fazer nessas situações

É natural errar. Reconhecer o erro é uma das qualidades que todo investidor deveria ter.

Olhe para sua carteira. Esqueça o preço de compra de cada ativo e veja como ela está investida. Agora responda: Você está satisfeito com essa alocação? Existe algum ativo que você não gostaria de ter em carteira?

Se a resposta for sim, analise os motivos que o classificam como um ativo ruim em sua carteira e venda-o imediatamente, sem importar-se com o preço.

Muitos investidores, por estarem ligados emocionalmente a algum ativo, esquecem que o retorno futuro da sua carteira dependerá em torno de 90% da sua alocação atual e não do preço de compra desses ativos.

Portanto, esqueça o passado e não pense em “se eu tivesse…”. Foco total na alocação da sua carteira.

Afinal, você pode estar correndo um alto risco segurando ativos que mais parecem uma “bomba relógio”.

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Colocando em prática a mudança

Nesse ponto do artigo, espero que você já tenha em mente que o importante é sua alocação de ativos hoje e que ela tem grande participação nos seus resultados futuros.

Logo, se você não está satisfeito com sua carteira de investimentos, seja por falta de diversificação e/ou falta de uma estratégia bem planejada, você precisa realizar a mudança em sua carteira o mais rápido possível.

Siga os 5 passos abaixo e você poderá sentir-se bem mais seguro com seus investimentos.

1. Entenda melhor o funcionamento da alocação de ativos

Essa parte é muito importante, porque você precisa ter uma noção ao menos básica sobre a importância de uma tríade financeira (Renda-Fixa, Fundos Imobiliários e Ações) em uma carteira de investimentos.

Esse conforto com a estratégia virá rapidamente porque ela é muito fácil de se aprender e praticar.

2. Determine qual será a alocação em cada classe de ativos

Após entender melhor o funcionamento da alocação de ativos, você já saberá mais sobre a relação entre retorno e risco, seu perfil como investidor e quais tipos de classes de investimentos são melhores para você.

Nessa segunda parte, você irá determinar qual será o percentual investido em cada classe de ativos.

Um exemplo:

1. (50%) Renda-Fixa

2. (25%) Fundos Imobiliários

3. (25%) Ações

3. Determine qual será a alocação em cada ativo

Após determinar a alocação em cada classe, é hora de determinar a alocação em cada ativo.

Um exemplo:

1. (50%) Renda-Fixa

1.1. (25%) LFT 2017

1.2. (12,5%) LTN 2016

1.3. (12,5%) NTN-B Principal 2015

2. (25%) Fundos Imobiliários

2.1. (5%) FII 1

2.2. (5%) FII 2

2.3. (5%) FII 3

2.4. (5%) FII 4

2.5. (5%) FII 5

3. (25%) Ações

3.1. (12,5%) BOVA11

3.2. (12,5%) SMAL11

4. Coloque em prática essa mudança

Com as alocações das classes e ativos definidas, você precisa agora apenas migrar da carteira antiga para essa nova planejada.

Como a própria estratégia da alocação de ativos é naturalmente diversificada e o futuro é imprevisível, é recomendado adotar o quanto antes a nova carteira.

Se for o caso, avalie também se vale a pena trocar de corretora para economizar ainda mais com custos.

Afinal, vimos no artigo passado como carteiras com pouco dinheiro podem também estar muito bem diversificadas.

5. Monitore sua carteira

Depois do trabalho duro, você precisa agora monitorar sua carteira de investimentos para que ela esteja bem perto da alocação inicial planejada.

Para isso, você deve utilizar os aportes mensais e, se necessário, realizar rebalanceamentos na carteira para voltar a alocação planejada.

É isso! Seguindo esses simples passos, você poderá ter mais segurança nos seus investimentos.

Lembre-se de que não há garantia de que os resultados serão melhores do que a carteira anterior.

Porém, agora você tem uma probabilidade melhor de obter uma relação entre retorno e risco mais adequada.

Além disso, você poderá contar com a maior liberdade em não ter de acompanhar o mercado financeiro a todo momento e todos os benefícios que a alocação de ativos oferece para investidores como você.

(crédito das imagens: shutterstock.com)

Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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