O termo Fronteira Eficiente advém dos estudos de Harry Markowitz sobre a relação entre retorno, risco e correlação dos ativos. As bases da alocação de ativos.
Considerado o pai da Moderna Teoria dos Portifólios, Harry Markowitz observou que o risco individual de um investimento não é tão importante como o conjunto de todos os investimentos de um portifólio.
Cada investimento possui um determinado risco e retorno esperado.
Porém, se adicionarmos vários investimentos em um portifólio, o risco e retorno esperado, atuando em conjunto, podem se mostrar mais eficientes do que em um investimento isolado.
The sum is greater than the whole of its parts
Retorno e Risco: Dois Ativos
Para facilitar as explicações iremos tomar um modelo de apenas dois ativos: Ibovespa e Selic.
No gráfico a seguir podemos ver mais claramente onde se situam estes dois diferentes tipos de investimento em relação ao seu risco (desvio-padrão) e seu retorno anualizado.
Os dados que serão utilizados neste artigo incluem o período de Julho-1994 até Julho-2009.
Observando os pontos que mostram a dispersão entre os ativos vemos que a bolsa possui um retorno (eixo Y) maior que a renda-fixa.
Porém também possui um risco (eixo X) maior.
Afinal, como vocês já sabem, não há almoço grátis.
Embora não exista de fato almoço grátis eu vou mostrar como a alocação de ativos nos ajuda a melhorar nossa carteira, deixando esta mais eficiente.
Fronteira Eficiente: Ibovespa e Selic
Aqui vemos a clássica Fronteira entre Risco e Retorno de Harry Markowitz.
Devemos tirar daqui o conceito que portifólios mais eficientes são aqueles que se situam mais a Norte-Oeste possível.
Nesta região temos maior retorno e um menor risco.
Interessante observar também que uma alocação de 90% Selic e 10% Ibov é mais eficiente do que 100% Selic pois tem um retorno mais elevado (está mais acima, ao Norte) e tem um risco menor (está mais à esquerda, à Oeste).
Neste caso, o portifólio 90% selic e 10% Ibov seria o que denominamos minimum risk portifolio (portifólio de risco mínimo), já que apresenta o menor risco possível dentro das diferentes combinações.
Esse é um dado que costuma gerar surpresa.
Como a adição de um ativo individualmente mais arriscado pode baixar o risco do portifólio como um todo? Bem-vindo aos benefícios da diversificação.
A diversificação entre estes 2 ativos nos ajuda a montar um portifólio mais eficiente do que se estivéssemos apenas em 1 deles.
Fronteira Eficiente e Teoria Moderna dos Portfólios
Sem o apoio da moderna teoria dos portifólios, não utilizando os benefícios da diversificação, estaríamos teoricamente nesta linha (em preto) entre os dois ativos.
Esta linha (teórica) representa a média entre os retornos e riscos das diferentes proporções entre Ibov e Selic.
Por exemplo: Em um portifólio com 50% Ibov e 50% Selic seria como se pegássemos o retorno do Ibovespa e da Selic e dividirmos por 2, assim como seus riscos (ponto em vermelho).
A linha representa uma ligação entre os pontos de 100% ibov e 100% Selic.
Entretanto, com a diversificação conseguimos nos situar sempre em um ponto melhor do que estaríamos nesta linha teórica.
O portifólio com 50% Ibov e 50% selic teria um retorno esperado maior, além de um risco menor.
Aí estão as vantagens da diversificação, apoiadas na Moderna Teoria dos Portifólios e na Fronteira Eficiente, cunhada por Harry Markowitz.
Resumo Fronteira Eficiente
Diversificando, estaremos sempre em um ponto mais eficiente do que o seu correspondente nesta linha teórica.
Na tabela abaixo vemos a diferença entre portfólios com a vantagem da Moderna Teoria dos Portfólios (em inglês Modern Portfolio Theory ou MPT) e sem esta.
Baixe a Planilha com os Dados e Gráficos
Todos os dados e gráficos utilizados para elaborar esse artigo você pode baixar clicando no botão abaixo.
Conclusão
A diversificação entre investimentos é importante para melhorar a relação risco/retorno do portfólio, deixando-o mais eficiente para se adequar melhor ao nosso perfil.
Explore nosso guia de alocação de ativos para mais artigos como este!
Gostou do artigo? Compartilhe!