Os Melhores Fundos de Investimentos [Parte I]

O investimento através de fundos é uma boa alternativa para quem deseja simplificar suas aplicações financeiras.

Basta apenas depositar o dinheiro no fundo e pronto, uma equipe de profissionais irá fazer todo o trabalho de pesquisa, análise e operações para você.

Para aqueles que preferem fazer sua própria alocação de ativos, acompanhar alguns fundos de investimento é fundamental para se ter uma idéia de como a gestão própria se compara com a gestão profissional.

Um incentivo para determinar metas melhores.

Disponibilizarei nesta sequência de artigos minhas preferências pessoais sobre os melhores fundos de investimento do mercado, além do acompanhamento dos relatórios dos melhores gestores e, por fim, uma comparação destes fundos com minha carteira de investimento pessoal.

Dentre milhares de fundos de investimento, quais seriam os mais indicados para o investidor aplicar ou acompanhar?

Para responder à esta difícil pergunta precisamos fazer análises sob diversas óticas:

1. Retorno anual histórico do fundo

Embora rentabilidade passada não seja garantia de rentabilidade futura, um fundo que teve bons resultados no longo prazo (mais de 5 anos) tem maior possibilidade de agregar valor ao seu cotista do que um fundo com mau resultado no longo prazo.

2. Desvio-padrão anual histórico do fundo

Desvio-padrão é uma medida de risco utilizada no mercado financeiro para saber o quanto o retorno de um fundo espera-se variar ao redor da sua média.

Exemplo. Um fundo com retorno médio de 10% a.a e com desvio-padrão de 10% a.a é esperado que em 68% (-1 desvio-padrão e +1 desvio padrão) das vezes o retorno fique entre 0% (-1 desvio padrão) e 20% (+1 desvio-padrão).

Se o conceito ainda é muito abstrato, veja esta imagem.

3. Tipo de fundo e Benchmark

Antes de investir ou comparar seus rendimentos com um fundo é preciso primeiro definir seus objetivos.

Neste artigo, estaremos apenas analisando os Fundos Multimercado, já que eles se adequam ao meu perfil diversificado de investimentos. Portanto, nosso benchmark será o CDI.

Geração de Valor. É importante que o fundo tenha uma rentabilidade acima do seu índice de referência no longo prazo, pois, senão, bastaria apenas investirmos em um índice passivo que teríamos um melhor resultado.

Portanto, analisaremos também o quanto o fundo gerou de valor ao cotista, ou seja, o quanto seu desempenho ficou acima do seu benchmark.

4. Custos

Também é preciso estar atento aos custos incluídos no investimento destes fundos.

Taxas de administração, taxas de performance, Imposto de Renda são custos que valem a pena ficar de olho.

Fundos com maiores custos tendem a ter resultados inferiores em relação aos fundos com menor custo.

5. Patrimônio Líquido, Liquidez, Início de Negociação e Aplicação Inicial.

Por fim, dar uma olhada no patrimônio líquido do fundo ajuda a identificar se o fundo é grande ou pequeno.

Fundos pequenos e novos tendem a ser mais arriscados por terem menos cotistas.

A liquidez do fundo é importante para ter maior flexibilidade em suas aplicações e o início de negociação do fundo auxilia a saber o histórico do fundo.

Quanto maior, melhor a credibilidade do fundo.

Finalmente, observe qual é o valor da aplicação inicial para saber o quanto é necessário para poder fazer parte do fundo.

Estatísticas Históricas

Tendo em mente estes conceitos vamos analisar importantes itens na hora de escolher um fundo de investimento.

Na tabela abaixo você pode ver os 4 melhores fundos multimercados, segundo minha própria avaliação.

Fundos Multimercado – Estatísticas Históricas

1. Período

Todos os fundos analisados tem pelo menos 4 anos de história, sendo que o CSHG Verde tem um impressionante histórica de mais de 13 anos.

2. Retorno

Sendo o CDI o benchmark destes fundos multimercados, é possível observar que todos os fundos obtém rentabilidade acima do CDI.

Na coluna “%CDI” temos o quanto o fundo variou em relação ao CDI.

Se você ficou espantado com o retorno anual de 33,67% em mais de 13 anos de história junte-se a mim.

Este retorno é maior do que a rentabilidade do próprio Ibovespa.

Alocação de ativos, hedge, timing e stock picking fizeram e fazem deste fundo um fundo vencedor.

3. Risco

Tão importante quanto o retorno, o risco é um fator fundamental numa análise, já que mostra a possibilidade de perda esperada.

Por exemplo, em 68% do tempo (faixa entre o -1 e +1 desvio-padrão) podemos esperar um retorno entre 14,96% e 52,38% no fundo CSHG Verde.

4. Índice Sharpe

Criado por William Sharpe, é um indicador que permite avaliar a relação entre o retorno e o risco dos fundos.

Quanto maior o valor, melhor a relação entre retorno x risco. Seu cálculo é bem simples, sendo feito desta maneira:

Índice Sharpe = (Retorno do Fundo – Retorno do Benchmark) / Desvio-Padrão do Fundo.

No fundo CSHG Verde temos: (33,67% – 17,93%) / 18,71% = 0,84.

Rentabilidades Anuais

1. Períodos quebrados

Notem que coloquei uma sinalização nos primeiros retornos de alguns fundos.

Isso se deve ao fato de que o fundo foi lançado no meio do ano.

O Gap Multiportfólio foi lançado em dezembro de 2001, o Gávea Diversificado em julho de 2005 e o Modal Eagle 60 em julho de 2006.

2. Pontos interessantes

Em 1999, o fundo CSHG Verde teve um retorno expressivo de 135,40%, sendo que somente no mês de janeiro de 1999, mês da abertura das bandas cambiais no Brasil, o fundo valorizou 63,45%.

O ano de 2008 foi severo com fundos multimercados que detinham boa alocação em Bolsa.

E foi o que ocorreu principalmente com o CSHG Verde. Entretanto, o fundo Modal Eagle 60 conseguiu passar ileso na crise, tendo um excelente resultado de 17,77%, bem acima do CDI.

A recuperação dos mercados em 2009 pode ser acompanhada pelos fundos multimercados, principalmente pelo CSHG Verde.

Entretanto, o Modal Eagle 60, optando por uma estratégia mais defensiva, não teve a mesma excelente rentabilidade obtida em 2008.

2010 veio para botar um freio no Modal Eagle 60, que vinha com resultados bem consistentes até o momento.

O fundo está rendendo apenas 0,32%. Já o CSHG Verde, voltou a tomar a iniciativa de “fundo alpha”, gabando-se do seus excelente histórico em relação aos outros fundos.

Planilha com as rentabilidades mensais históricas dos Fundos de Investimento

Está curioso para saber o desempenho destes fundos mês-a-mês? Clique no link abaixo e baixe a planilha.

Aproveite para ver o porquê o fundo CSHG Verde é considerado uma lenda no mercado.

Clique para baixar (xlsx)

Informações Gerais sobre os Fundos de Investimentos

Fundos Fechados e Abertos

Má notícia! Infelizmente, 2 dos 4 melhores fundos multimercado (na minha opinião) estão fechados…

Uma pena, já que seria ótimo investir no CSHG Verde com aporte inicial de apenas R$ 5.000.

Patrimônio Líquido

Impressionante o patrimônio líquido do fundo CSHG Verde. Superior a 2 Bilhões!

Quase 10x maior do que o GAP Multiportfólio, segundo maior da nossa lista.

Mesmo em fundos de ações, que são mais populares, é difícil encontrar fundos deste porte.

Custos

 Taxas de administração seguem o padrão dos fundos multimercados, variando de 1,00% até 2,00%.

Taxa de performance, que é uma taxa cobrada semestralmente apenas sobre o rendimento em excesso do fundo em relação ao seu benchamrk, no padrão de 20%, 25%.

E na consulta que fiz sobre o fundo Gávea Diversificado notei esta taxa de saída de 10%, cobrada na hora em que o cliente saca dinheiro do fundo.

No meu entendimento, esta taxa seria como uma taxa de performance, porém, cobrada apenas na do resgate.

Se você ainda deseja saber mais sobre estes fundos citados no artigo acesse a página destes fundos: CSHG VerdeGap MultiportfólioGávea DiversificadoModal Eagle 60.

Ainda temos assuntos muito interessantes para tratar, como os relatórios dos melhores gestores do mercado, o acesso a alocação atual através da CVM e a comparação destes fundos profissionais com minha carteira de investimentos pessoal.

Acompanhe a sequência deste artigo – Melhores Fundos de Investimentos Parte II.

Gostou do artigo? Compartilhe!

Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

eBook-alocacao-ativos