Essa é mais uma pergunta frequente aqui no site.
Sabemos que uma das vantagens dos ETFs é o reinvestimento dos dividendos.
Porém, muitos ainda tem dúvidas sobre seu funcionamento.
Continue lendo esse artigo para saber as respostas para essas perguntas:
- O investidor receberá dividendos?
- Receberá novas cotas?
- Como funciona de fato o reinvestimento de dividendos?
- Não parece que o ETF rende menos por não ter dividendos?
O investidor receberá dividendos em sua conta?
Não. Como disse no início do artigo, os dividendos dos ETFs são automaticamente reinvestidos.
Portanto, o investidor não receberá nenhum rendimento extra em sua conta ao investir em um ETF como o BOVA11, PIBB11 e SMAL11.
Ele receberá novas cotas do ETF?
Também não. O investidor ganha com os ETFs apenas na valorização da cota destes na Bolsa.
Logo, não há ganhos através de dividendos, assim como não há o recebimento de novas cotas.
Se o investidor comprar 100 cotas ele terá as mesmas 100 cotas, que só irá mudar quando ele vender o ETF ou decidir comprar novas cotas desse ETF.
Como funciona de fato o reinvestimento de dividendos?
Primeiramente, você sabia que o Ibovespa considera o reinvestimento dos dividendos de todas as empresas que compõem esse índice?
Sim, ele considera.
Portanto, mesmo se você investir exatamente nas mesmas ações com a mesma distribuição do Ibovespa, mas não reinvestir os dividendos, seu retorno será necessariamente menor do que o índice.
Quanto menor?
Veja por si mesmo. Faça uma simulação com diversas variáveis nesse site e comprove os resultados.
Aqui está a simulação que fiz:
Logo, um investimento de R$ 10.000 teria os seguintes resultados de acordo com os dados acima:
- Não reinvestindo os dividendos: R$ 43.468,59
- Reinvestindo os dividendos: R$ 67.275,00
Ou seja, um resultado 55% melhor.
E qual é a diferença entre reinvestir os dividendos por conta própria e o reinvestimento através dos ETFs?
- O reinvestimento através dos ETFs é totalmente automático.
- Você não paga corretagem extra para reinvestir os dividendos.
- Você não fica com dinheiro parado entre o recebimento do dividendo e o reinvestimento desse dinheiro.
Para ser justo, é válido lembrar que o IR na venda dos ETFs com lucro é de 15% obrigatoriamente, enquanto nas ações existe uma isenção para vendas abaixo de R$ 20.000 mensais.
Leia novamente esse artigo para ver todas as vantagens e desvantagens de se investir em um ETF.
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Não parece que o ETF rende menos por não distribuir dividendos?
Talvez já tenha ficado claro para você que os dividendos das ações que fazem parte do ETF são de fato distribuídos. Porém, eles são automaticamente reaplicados e não caem na conta do investidor.
Para muitos investidores, o fato de não ter nenhum dinheiro extra caindo na conta é como se o ativo não estivesse dando lucro.
Entretanto, a rentabilidade total de um ativo é calculada do seguinte modo:
Retorno Total = (1) Valorização do Ativo + (2) Dividendos
No caso dos ETFs, só existe o fator (1) Valorização do Ativo, enquanto nas ações individuais os fatores (1) e (2) estão presentes.
Agora imagine o seguinte caso em que ambos ativos começam com um valor de R$ 100.
- Ação Individual:
(1) Valorização do Ativo [R$ 10,00] + (2) Dividendos [R$ 10,00]
Logo, seu retorno é de 20%, já que (R$ 10,00 + R$ 10,00) / R$ 100 = 0,20 = 20%.
- ETF:
(1) Valorização do Ativo [R$ 30,00]
Logo, seu retorno é de 30%, já que R$ 30,00 / R$ 100 = 0,30 = 30%.
Apesar do investidor não receber nenhum dividendo em sua conta, o retorno do ETF foi maior do que a ação, já que a valorização desse ativo foi maior do que a valorização + dividendos do outro.
Essa economia de tempo e a possibilidade se seguir um índice do mercado como o Ibovespa, é ótima para a prática da alocação de ativos no longo prazo.
Conclusão
Investir em ETFs possui diversas vantagens.
Uma delas é o reinvestimento automático dos dividendos.
Ao invés de se preocupar em saber quando e o quanto as empresas de sua carteira irão distribuir em forma de dividendos, você deixa todo esse trabalho na mão do gestor do ETF.
Ele fará todo o processo trabalhoso de reinvestir todos os dividendos recebidos dessas empresas que compõem o ETF, fazendo com que o retorno do investidor seja muito próximo do índice que esse ETF busca replicar.
No caso do BOVA11, que segue o Ibovespa, a diferença de rentabilidade entre o ETF e o índice gira em torno de 0,50%, que é bem próximo do valor cobrado na taxa de administração. No caso, de 0,54%.
Portanto, investir em um ETF como o BOVA11 é ter um retorno anual muito próximo do Ibovespa (na média 0,50% a menos), só que sem se preocupar em:
- Comprar 70 ações e ter de pagar 70 corretagens
- Saber a quantidade correta para cada uma dessas ações
- Saber quando os dividendos serão pagos e como e quando reinvestir os dividendos
Ao meu ver, investir em ETFs é uma estratégia essencial para investidores de longo prazo que precisam de uma ampla diversificação na carteira, mas não desejam passar horas controlando cada detalhe de sua carteira de investimento.
Afinal, tempo é um ativo raro hoje em dia. E infelizmente não podemos comprá-lo de volta…
(crédito das imagens: shutterstock.com)