Carteira HC Investimentos – Setembro/2010 [+2,14%]

Este post é mais uma atualização da série publicada sobre minha carteira pessoal de investimentos, a Carteira HC Investimentos.

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Desempenho da carteira no mês

Com a ajuda do índice bovespa, que obteve uma rentabilidade de 6,58% no mês, a Carteira HC Investimentos, com uma alocação em torno de 30% em Bolsa, alcançou uma rentabilidade positiva de +2,14% no mês de setembro/2010.

Desempenho da carteira no ano

A Carteira HC Investimentos continua na dianteira com uma rentabilidade acumulada de +9,81% no ano (rumo aos 10%!). O CDI apresenta ganhos de 6,97% e a bolsa brasileira finalmente passou para o campo positivo, com uma rentabilidade de 1,22% no ano de 2010.

Comparação da Rentabilidade com Fundos Multimercados

Neste mês de ganhos relativamente fáceis devido à uma subida da bolsa de 6,58%, os Fundos Multimercados mais interessantes no Brasil não tiveram um desempenho muito bom.

Provavelmente refletindo um maior conservadorismo em relação as aplicações de risco, dando preferência para ativos mais seguros como títulos públicos.

Acompanhe no gráfico abaixo a evolução da rentabilidade acumulada da Carteira HC Investimentos e de seus benchmarks.


A Carteira HC Investimentos continua superando todos os seus benchmarks em 2010.

Com a rentabilidade de 2,14% neste mês de setembro, aumentei bastante a diferença em relação ao CDI e aos Fundos Multimercados.

A diferença agora para o 2º colocado, o CDI, é de quase 3%.

Com o fechamento deste mês, todos os fundos que utilizo como benchmark estão abaixo do CDI no ano, o que reforça a tese da minha satisfação com meus próprios resultados.

A questão é: Até quando conseguirei manter resultados excelentes, acima dos melhores fundos multimercados do Brasil?

É importante lembrar que o benchmark oficial sempre será o CDI, porém, ao adicionar os melhores fundos multimercados como comparação, traçamos um objetivo de se equiparar a indústria de fundos profissionais.

Que tal analisarmos em detalhes a Carteira HC Investimentos para compreendermos seu desempenho no mês e no ano?

Alocação Inicial em Setembro/2010

A alocação de uma carteira de investimentos é responsável por praticamente 90% de seus resultados no longo prazo.

Portanto, mais importante do que market timing e a escolha de ativos (asset picking) é a alocação que você define para cada ativo de seu portfólio.

Caso deseje ver os detalhes de como chegamos à esta alocação veja os comentários que fiz sobre a alocação final no mês de agosto de 2010 sobre a Carteira HC Investimentos.

Rentabilidade dos ativos da Carteira HC Investimentos no mês:

Analisando a rentabilidade mensal de cada ativo podemos compreender o porquê do resultado de 2,14% da carteira HC Investimentos no mês. Em detalhes:

1. Renda-Fixa (+0,63%). A leve alta dos juros futuros foi responsável pelo baixo rendimento dos títulos prefixados (LTN 2012 e 2013) e indexados à inflação (NTN-BP 15),  já que um aumento nas taxas reflete menores preços, fazendo com que o título vencedor no mês seja a LFT 2012, indexada à taxa Selic.

No geral, o resultado da carteira de Renda-Fixa, no valor de 0,63%, foi ligeiramente abaixo do CDI no mês, de 0,84%.

2. Fundos Imobiliários (+0,93%). A rentabilidade da carteira de Fundos Imobiliários ficou ligeiramente acima do CDI, com uma valorização de 0,93% contra 0,84% do CDI.

A rentabilidade do FII FPAB11 (Projeto Água Branca) tem ajudado bastante a carteira de fundos imobiliários nos últimos meses.

3. Câmbio (-1,66%). A carteira de câmbio teve um desempenho negativo de -1,66%.

Este valor se deve basicamente ao péssimo desempenho do dólar neste mês, com uma rentabilidade negativa de -3,86%.

Já o Ouro, continuou firme, com um resultado de 0,75%. Como a carteira tem uma alocação em torno 10% em Câmbio, o bom resultado da Bolsa não foi muito ofuscado pelo desempenho ruim no Câmbio.

Em meses de alta na Bolsa parece não fazer sentido o investimento em Câmbio, através de Dólar e Ouro, visto que fica a impressão de que eles tiram parte do ganho da Bolsa.

Entretanto, já tivemos inúmeros exemplos documentados aqui no blog de como esse hedge feito com Câmbio salvou a carteira de baixos rendimentos em meses de queda na Bolsa. Veja por exemplo os meses de: Maio | Junho | Agosto.

Portanto, lembrem-se sempre: Só notamos o valor de um seguro quando de fato precisamos dele. Como Warren Buffett costuma dizer: “Somente quando a maré baixa é que notamos quem estava nadando nu.”

4. Ações (+6,99). A carteira de ações, composta pelo ETF PIBB11 e pela Petrobrás (PETR4), teve um desempenho  superior ao Ibovespa no mês, garantindo uma rentabilidade de 6,99% contra os 6,58% do Ibovespa.

Boa parte deste rendimento superior se deu através da rentabilidade do PIBB11, no valor de 7,11% e das operações realizadas neste mês. Acompanhe os detalhes abaixo.

Operações realizadas durante o mês:

Neste mês de setembro realizamos um total de 2 operações. Veja os detalhes abaixo:

1. Venda de PETR4. O ativo havia sido comprado no final de agosto (30/08) ao preço de ao preço de R$ 25,85.

Entretanto, após 2 semanas, precisando retirar uma parte do dinheiro investido e observando um preço de R$ 28,15, resolvi vender todas as ações que tinha de PETR4, conseguindo uma rentabilidade de +8,90%.

2. Compra de PETR4. Durante o processo de capitalização da Petrobrás no mês de setembro, as ações voltaram a ser negociadas perto do valor de R$ 26,00.

Logo, com os aportes realizadaos perto do fim do mês, resolvi voltar a investir na empresa, comprando-a a um preço de R$ 26,01.

Até o momento (01/10/2010), a operação está sendo vencedora, já que o preço atual do ativo é de R$ 27,50, garantindo um lucro bruto de +5,73%.

Alocação da carteira HC Investimentos no final de setembro:

Alocação Final. Não foram realizadas grandes mudanças na alocação da carteira, apenas um leve aumento na alocação em bolsa para um patamar próximo de 31%, que considero neutro para o longo prazo.

Cenários e Estratégias

1. Renda-Fixa. Não pretendo mexer tão cedo na carteira de títulos públicos e privados.

Somente uma grande variação nas taxas de juros futuros poderia dar margem para um possível realocação.

No momento, estou satisfeito com esta alocação concentrada em pré-fixados e indexados a inflação.

2. Fundos Imobiliários. Esta classe de ativos está avançando fortemente em 2010, mesmo com uma subida na Selic.

Como o fundo Rio Bravo Renda Corporativa (FFCI11) possui maior alocação em relação aos demais, os recursos de uma possível venda de lotes excedentes viriam deste fundo, trazendo a alocação para um patamar perto dos 3%, como os outros fundos.

3. Câmbio. Com o fechamento desta última sexta-feira (01/10/2010), o dólar está com uma cotação de R$ 1,68, patamar abaixo dos R$ 1,70 em que julgava ser um bom suporte de curto prazo para o Dólar.

Comentei na última atualização (agosto/2010) que abaixo de R$ 1,70 o Dólar poderia ficar mais interessante.

Assim sendo, vejo que possíveis novos aportes poderiam ir para o Dólar, visando aumentar um pouco a proteção de minha carteira.

4. Ações. Assim como o Dólar, também fiz comentários a respeito da Bolsa.

Comentei que acima dos 70.000 pontos, poderia ser uma boa oportunidade para diminuir a alocação em ações.

No momento, o ibovespa tem uma pontuação de 70.229 pontos, ligando o meu alerta.

Entretanto, para evitar maiores custos de transações, acredito que somente com o aporte no Dólar já irei conseguir a proteção necessária.

Caso a Bolsa continue subindo forte, uma venda de PIBB11 pode ajudar a garantir os bons resultados, mantendo o risco sob controle.

5. PETR4. Não pretendo manter uma ação individual em meu portfólio no longo prazo.

Portanto, acredito ser um investimento de curto/médio prazo.

Um patamar por volta dos R$ 29,00 me faria vender a ação, até mesmo para, no caso da Bolsa continuar subindo, aliviar minha alocação em Ações,  que está no patamar de 31%.

6. Aportes Mensais. Possivelmente irá para o Dólar visando equilibrar a relação risco x retorno da carteira, em busca de uma maior proteção, já que a Bolsa volta a estar próxima de seu topo histórico e o Dólar convergindo para perto de sua mínima alcançada em 2008.

Conclusão

Seguimos confiantes de que uma diversificação adequada de uma carteira pode gerar excelentes resultados de longo prazo, além de um ótimo controle de risco.

A rentabilidade de +9,81% no ano reflete um percentual em relação ao CDI de 140,58%, já incluindo todos os custos, sendo portanto, uma rentabilidade líquida.

Opinião dos leitores. E vocês meus amigos? Como está a alocação de suas carteiras? A rentabilidade líquida neste ano tem lhes agradado? Como tem equacionado a relação entre retorno e risco de suas carteiras?

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Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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