Bem-vindo a atualização de outubro da série carteira de investimentos!
A atualização do mês de setembro mostrou como carteiras bem diversificadas conseguiram bons resultados apesar da alta volatilidade na Bolsa.
Neste mês de outubro o gigante finalmente acordou.
O Ibovespa apresentou alta de 11,49%, uma das maiores altas mensais do século XXI.
A bolsa americana obteve no mês de outubro a maior alta mensal nos últimos (pasmem) 20 anos. via @valoresreais
A média das carteiras de investimentos acompanhou o bom humor do mercado, com alta de 3,23%.
Como de costume, analisaremos os seguintes tópicos ao longo do artigo:
- A alocação de classes das 15 carteiras de investimentos
- As 10 maiores alocações de cada carteira
- Rentabilidade de todos os ativos no mês atual
- Rentabilidade [e Risco] de cada carteira de investimentos.
- Carteira Destaque do Mês
Prontos para a leitura? Vamos lá!
Carteira de Investimentos: Relembrando as Carteiras
Sabemos que o sucesso de uma estratégia de investimentos tem grande relação com a alocação de ativos de uma carteira.
Logo, vamos relembrar como cada carteira foi montada no início do mês de julho:
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A média destas 15 carteiras apresenta a seguinte alocação:
1. [1,14%] Conta-Corrente (CC)
2. [42,86%] Renda-Fixa (RF)
3. [14,43%] Fundos Imobiliários (FII)
4. [6,57%] Câmbio
5. [35,00%] Ações (Bolsa)
Uma ótima alocação de ativos na minha humilde opinião.
Carteira de Investimentos: 10 Maiores Alocações das Carteiras
Além de visualizarmos a alocação em cada classe de investimentos podemos ver quais são os 1o ativos com maior participação em cada carteira:
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Este tipo de análise nos ajudam a identificar carteiras com alta concentração, estando pouco diversificadas.
Além disso, é interessante notar que o ativo preferido das 15 carteiras é a LFT com vencimento em 2015.
Ela aparece na média com uma alocação de 18,53%.
No relação large caps (BOVA11 e PIBB11) x small caps (SMAL11), temos que a alocação em large caps (~26%) é 2x maior do que small caps (~13%).
Carteira de Investimentos: Rentabilidade dos Ativos no Mês
Analisando cada classe de investimento:
Renda-Fixa
Mercado de Renda-Fixa manteve-se calmo, sem grandes mudanças.
A leve queda nos juros futuros favoreceu títulos públicos com vencimento mais longo, sobretudo os indexados à inflação.
Saber calcular o retorno líquido dos títulos públicos pode lhe ajudar na tarefa de descobrir qual títulos está mais atrativo no momento.
Quem garantiu LTNs com taxas acima de 13% e NTN-Bs com taxas acima de 6,75% tomou um ótimo passo para seu futuro financeiro.
Entretanto, se você ainda investe 100% em ações e não aproveita oportunidades como esta leia este artigo sobre como é importante diversificar além de uma única classe.
Fundos Imobiliários
A maioria dos fundos imobiliários não apresentou um bom resultado no mês.
Apesar da queda recente da Selic, a atratividade dos fundos imobiliários ainda não se concretizou na visão dos investidores.
O destaque negativo do mês vai para o fundo Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11B), com queda de -21,49%.
Para saber os detalhes veja o fato relevante e a proposta para redução do aluguel.
Este é um excelente exemplo para lembrar a todos investidores que a diversificação nos fundos imobiliários não é uma opção, é uma obrigação.
Apesar desta enorme queda nenhum carteira foi seriamente afetada em nossa análise, mesmo a carteira mais exposta tendo 5% do capital alocado no fundo.
Infelizmente ainda não há um ETF (Exchanged Traded Fund) para os fundos imobiliários.
Portanto, como regra de bolso, é recomendável escolher pelo menos 5 fundos.
Lembre-se do benefício entre diversificar dentro de uma própria classe, conforme ressaltei no artigo sobre estratégias de investimentos.
Câmbio
Mês passado, os ativos cambiais foram o grande destaque.
Neste mês, voltaram a apresentar resultados negativo, devolvendo parte da forte subida do mês passado.
Os investidores que diminuíram sua alocação em dólar após a subida dos R$ 1,55 para perto dos R$ 1,90 obtiveram ótimos rendimentos em apenas 1 mês.
Alocação de Ativos é assim.
O Dólar passou o ano inteiro apresentando leves baixas. E, de um mês para o outro, subiu 16,83%.
Neste mês, voltou a apresentar perdas.
A lição é: Não importa a direção em que o vento está soprando. Você deve ajustar suas velas para aproveitar a tendência do vento.
Bolsa
Enfim o gigante acordou.
Depois de diversos meses apresentando rentabilidades negativas e chegando a apresentar rentabilidade próxima de -30% no ano, o Ibovespa subiu 11,49% em outubro.
Para os investidores desesperados a subida promoveu um alívio e uma esperança de novas altas no ano.
Para novos investidores deixou a impressão de ganhar dinheiro fácil, o que é preocupante…
E, finalmente, para os investidores de longo prazo, uma movimentação aguardada após o aumento da alocação em ações quando o índice estava perto dos 48.000 pontos.
Agora, a dúvida que fica aos investidores é: realocar ou não realocar?
De qualquer forma, uma solução adequada contra qualquer viés humano continua sendo um bom planejamento e ampla diversificação.
Os ETFs acompanharam o bom desempenho da Bolsa no mês, sendo que BOVA11 (11,46%) apresentou uma rentabilidade bem superior ao SMAL11 (6,76%).
Após analisarmos o retorno de cada ativo das carteiras podemos ver exatamente a rentabilidade de cada carteira de investimentos.
Carteira de Investimentos: Rentabilidade das Carteiras
A média das carteiras de investimentos apresentou uma rentabilidade de 3,23%.
Pela primeira vez tivemos todas as 15 carteiras apresentando desempenho positivo neste mês.
As duas melhores carteiras foram “AJ” (7,06%) e “Efet” (6,75%). Por sinal, as duas carteiras mais agressivas de nossa análise.
Rentabilidade Acumulada
Na tabela acima temos a evolução da rentabilidade acumulada, mês a mês.
A carteira “MK” continua firme e forte na liderança com retorno de 3,79%, seguida pela carteira “BF” (3,39%).
Relação Retorno x Risco
Compilando os retornos diários dos 27 ativos para as 15 carteiras de investimentos foi possível saber o retorno e risco anual de cada carteira.
Os dados não são estatisticamente significantes, já que temos apenas 4 meses de dados diários.
Porém, já dão uma visão da importância da diversificação.
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Após este mês com altos retornos, a maioria das carteiras passou para o campo positivo.
Além disso, note como a grande maioria das carteiras está com uma relação risco x retorno melhor do que a carteira “50% CDI | 50% Ibov”.
Este dado, mesmo neste pequeno período de 4 meses, é importante para termos em mente que:
1. Diversificar entre várias classes de investimentos (RF, FII, Câmbio e Ações) ajuda a melhorar a relação retorno x risco.
2. É preciso diversificar dentro da própria classe de investimetnos.
Exemplo em Renda-Fixa: Investir em títulos indexados a Selic, pré-fixados, indexados à inflação. Variar na duração dos títulos…
Carteira de Investimentos: Destaque do Mês
A carteira destaque do mês é uma forma de mostrar na prática o benefício da alocação de ativos.
Afinal, esta série que engloba 15 diferentes carteiras de investimentos tem exatamente este objetivo:
Mostrar a todos a importância da alocação de ativos e diversificação de carteiras na prática e com dados reais.
Pronto para conhecer o destaque do mês?
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A carteira “DT” teve uma rentabilidade surpreendente de 1,38% em outubro.
Mas por que escolher esta carteira sendo que a média de rentabilidade das 15 carteiras foi de 3,23%?
Simples, esta é a carteira que tem a maior exposição (alocação de 5%) no ativo NSLU11B, que caiu -21,49% no mês.
Diversificar, uma questão de obrigação, não de opção
Se você comenta com um amigo que um ativo de sua carteira caiu -20% em um único mês ele te olha preocupado.
Afinal, uma perda desta magnitude em tão pouco tempo poderia abalar o mais frio dos investidores.
Porém, esse seu amigo não sabe o que realmente importa nos investimentos.
Não é a rentabilidade negativa do ativo em questão.
Na verdade, ela poderia ser até de -50% que o resultado geral ainda seria positivo.
O importante é saber exatamente a alocação da sua carteira naquele ativo.
Com uma alocação de 5% em NSLU11B a carteira DT perdeu -1,07% no total da carteira. [5% * -21,49%]
Logo, se a alocação em ações é de 30% qual deveria ser a rentabilidade mínima (tudo o mais constante) para a carteira ter rentabilidade positiva?
A conta correta é: 30% (Alocação em Ações) * X (Rentabilidade das Ações) > 1,07% (Rentabilidade a ser superada)
Logo: X > 0,0107 / 0,30.
X > 0,0357 ou X > 3,57%
A rentabilidade das ações deve ser superior a 3,57% para compensar a perda de -21,49% no ativo NSLU11B.
Com a alta de 11,49% do Ibovespa no mês, não foi uma missão difícil.
Conclusão
Diversificar tornou-se mais do que uma opção para investidores, tornou-se uma obrigação.
Quem não diversifica está fadado a acontecimentos surpresas que podem abalar uma carteira ou fundo de investimento.
Defina sua alocação de ativos e esteja preparado para os diferentes cenários!
Acredite: Um dia o cenário que você menos imagina virá. E o pegará de surpresa. (a menos que você esteja bem diversificado)
Acompanhe esta série sobre carteira de investimentos e observe na prática como a ampla diversificação produz resultados mais sustentáveis no longo prazo.
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