Carteira de Investimentos: Estratégias e Resultados [Out/2011]

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Bem-vindo a atualização de outubro da série carteira de investimentos!

atualização do mês de setembro mostrou como carteiras bem diversificadas conseguiram bons resultados apesar da alta volatilidade na Bolsa.

Neste mês de outubro o gigante finalmente acordou.

O Ibovespa apresentou alta de 11,49%, uma das maiores altas mensais do século XXI.

A bolsa americana obteve no mês de outubro a maior alta mensal nos últimos (pasmem) 20 anos. via @valoresreais

A média das carteiras de investimentos acompanhou o bom humor do mercado, com alta de 3,23%.

Como de costume, analisaremos os seguintes tópicos ao longo do artigo:

  1. A alocação de classes das 15 carteiras de investimentos
  2. As 10 maiores alocações de cada carteira
  3. Rentabilidade de todos os ativos no mês atual
  4. Rentabilidade [e Risco] de cada carteira de investimentos.
  5. Carteira Destaque do Mês

Prontos para a leitura? Vamos lá!

Carteira de Investimentos: Relembrando as Carteiras

Sabemos que o sucesso de uma estratégia de investimentos tem grande relação com a alocação de ativos de uma carteira.

Logo, vamos relembrar como cada carteira foi montada no início do mês de julho:

Carteira-de-Investimentos-Classes-de-Ativos

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A média destas 15 carteiras apresenta a seguinte alocação:

1. [1,14%] Conta-Corrente (CC)

2. [42,86%] Renda-Fixa (RF)

3. [14,43%] Fundos Imobiliários (FII)

4. [6,57%] Câmbio

5. [35,00%] Ações (Bolsa)

Uma ótima alocação de ativos na minha humilde opinião.

Carteira de Investimentos: 10 Maiores Alocações das Carteiras

Além de visualizarmos a alocação em cada classe de investimentos podemos ver quais são os 1o ativos com maior participação em cada carteira:

Carteira-de-Investimentos-10-Maiores-Ativos

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Este tipo de análise nos ajudam a identificar carteiras com alta concentração, estando pouco diversificadas.

Além disso, é interessante notar que o ativo preferido das 15 carteiras é a LFT com vencimento em 2015.

Ela aparece na média com uma alocação de 18,53%.

No relação large caps (BOVA11 e PIBB11) x small caps (SMAL11), temos que a alocação em large caps (~26%) é 2x maior do que small caps (~13%).

Carteira de Investimentos: Rentabilidade dos Ativos no Mês

Rentabilidade-Mensal-Outubro

Analisando cada classe de investimento:

Renda-Fixa

Mercado de Renda-Fixa manteve-se calmo, sem grandes mudanças.

A leve queda nos juros futuros favoreceu títulos públicos com vencimento mais longo, sobretudo os indexados à inflação.

Saber calcular o retorno líquido dos títulos públicos pode lhe ajudar na tarefa de descobrir qual títulos está mais atrativo no momento.

Quem garantiu LTNs com taxas acima de 13% e NTN-Bs com taxas acima de 6,75% tomou um ótimo passo para seu futuro financeiro.

Entretanto, se você ainda investe 100% em ações e não aproveita oportunidades como esta leia este artigo sobre como é importante diversificar além de uma única classe.

Fundos Imobiliários

A maioria dos fundos imobiliários não apresentou um bom resultado no mês.

Apesar da queda recente da Selic, a atratividade dos fundos imobiliários ainda não se concretizou na visão dos investidores.

O destaque negativo do mês vai para o fundo Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11B), com queda de -21,49%.

Para saber os detalhes veja o fato relevante e a proposta para redução do aluguel.

Este é um excelente exemplo para lembrar a todos investidores que a diversificação nos fundos imobiliários não é uma opção, é uma  obrigação.

Apesar desta enorme queda nenhum carteira foi seriamente afetada em nossa análise, mesmo a carteira mais exposta tendo 5% do capital alocado no fundo.

Infelizmente ainda não há um ETF (Exchanged Traded Fund) para os fundos imobiliários.

Portanto, como regra de bolso, é recomendável escolher pelo menos 5 fundos.

Lembre-se do benefício entre diversificar dentro de uma própria classe, conforme ressaltei no artigo sobre estratégias de investimentos.

Câmbio

Mês passado, os ativos cambiais foram o grande destaque.

Neste mês, voltaram a apresentar resultados negativo, devolvendo parte da forte subida do mês passado.

Os investidores que diminuíram sua alocação em dólar após a subida dos R$ 1,55 para perto dos R$ 1,90 obtiveram ótimos rendimentos em apenas 1 mês.

Alocação de Ativos é assim.

O Dólar passou o ano inteiro apresentando leves baixas. E, de um mês para o outro, subiu 16,83%.

Neste mês, voltou a apresentar perdas.

A lição é: Não importa a direção em que o vento está soprando. Você deve ajustar suas velas para aproveitar a tendência do vento.

Bolsa

Enfim o gigante acordou.

Depois de diversos meses apresentando rentabilidades negativas e chegando a apresentar rentabilidade próxima de -30% no ano, o Ibovespa subiu 11,49% em outubro.

Para os investidores desesperados a subida promoveu um alívio e uma esperança de novas altas no ano.

Para novos investidores deixou a impressão de ganhar dinheiro fácil, o que é preocupante…

E, finalmente, para os investidores de longo prazo, uma movimentação aguardada após o aumento da alocação em ações quando o índice estava perto dos 48.000 pontos.

Agora, a dúvida que fica aos investidores é: realocar ou não realocar?

De qualquer forma, uma solução adequada contra qualquer viés humano continua sendo um bom planejamento e ampla diversificação.

Os ETFs acompanharam o bom desempenho da Bolsa no mês, sendo que BOVA11 (11,46%) apresentou uma rentabilidade bem superior ao SMAL11 (6,76%).

Após analisarmos o retorno de cada ativo das carteiras podemos ver exatamente a rentabilidade de cada carteira de investimentos.

Carteira de Investimentos: Rentabilidade das Carteiras

retabilidade-investidores

A média das carteiras de investimentos apresentou uma rentabilidade de 3,23%.

Pela primeira vez tivemos todas as 15 carteiras apresentando desempenho positivo neste mês.

As duas melhores carteiras foram “AJ” (7,06%) e “Efet” (6,75%). Por sinal, as duas carteiras mais agressivas de nossa análise.

Rentabilidade Acumulada

Rentabilidade-Investidores-Acumulada

Na tabela acima temos a evolução da rentabilidade acumulada, mês a mês.

A carteira “MK” continua firme e forte na liderança com retorno de 3,79%, seguida pela carteira “BF” (3,39%).

Relação Retorno x Risco

Compilando os retornos diários dos 27 ativos para as 15 carteiras de investimentos foi possível saber o retorno e risco anual de cada carteira.

Os dados não são estatisticamente significantes, já que temos apenas 4 meses de dados diários.

Porém, já dão uma visão da importância da diversificação.

retorno-risco

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Após este mês com altos retornos, a maioria das carteiras passou para o campo positivo.

Além disso, note como a grande maioria das carteiras está com uma relação risco x retorno melhor do que a carteira “50% CDI | 50% Ibov”.

Este dado, mesmo neste pequeno período de 4 meses, é importante para termos em mente que:

1. Diversificar entre várias classes de investimentos (RF, FII, Câmbio e Ações) ajuda a melhorar a relação retorno x risco.

2. É preciso diversificar dentro da própria classe de investimetnos.

Exemplo em Renda-Fixa: Investir em títulos indexados a Selic, pré-fixados, indexados à inflação. Variar na duração dos títulos…

Carteira de Investimentos: Destaque do Mês

A carteira destaque do mês é uma forma de mostrar na prática o benefício da alocação de ativos.

Afinal, esta série que engloba 15 diferentes carteiras de investimentos tem exatamente este objetivo:

Mostrar a todos a importância da alocação de ativos e diversificação de carteiras na prática e com dados reais.

Pronto para conhecer o destaque do mês?

destaque-do-mes

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A carteira “DT” teve uma rentabilidade surpreendente de 1,38% em outubro.

Mas por que escolher esta carteira sendo que a média de rentabilidade das 15 carteiras foi de 3,23%?

Simples, esta é a carteira que tem a maior exposição (alocação de 5%) no ativo NSLU11B, que caiu -21,49% no mês.

Diversificar, uma questão de obrigação, não de opção

Se você comenta com um amigo que um ativo de sua carteira caiu -20% em um único mês ele te olha preocupado.

Afinal, uma perda desta magnitude em tão pouco tempo poderia abalar o mais frio dos investidores.

Porém, esse seu amigo não sabe o que realmente importa nos investimentos.

Não é a rentabilidade negativa do ativo em questão.

Na verdade, ela poderia ser até de -50% que o resultado geral ainda seria positivo.

O importante é saber exatamente a alocação da sua carteira naquele ativo.

Com uma alocação de 5% em NSLU11B a carteira DT perdeu -1,07% no total da carteira. [5% * -21,49%]

Logo, se a alocação em ações é de 30% qual deveria ser a rentabilidade mínima (tudo o mais constante) para a carteira ter rentabilidade positiva?

A conta correta é: 30% (Alocação em Ações) * X (Rentabilidade das Ações) > 1,07% (Rentabilidade a ser superada)

Logo: X > 0,0107 / 0,30.

X > 0,0357 ou X > 3,57%

A rentabilidade das ações deve ser superior a 3,57% para compensar a perda de -21,49% no ativo NSLU11B.

Com a alta de 11,49% do Ibovespa no mês, não foi uma missão difícil.

Conclusão

Diversificar tornou-se mais do que uma opção para investidores, tornou-se uma obrigação.

Quem não diversifica está fadado a acontecimentos surpresas que podem abalar uma carteira ou fundo de investimento.

Defina sua alocação de ativos e esteja preparado para os diferentes cenários!

Acredite: Um dia o cenário que você menos imagina virá. E o pegará de surpresa. (a menos que você esteja bem diversificado)

Acompanhe esta série sobre carteira de investimentos e observe na prática como a ampla diversificação produz resultados mais sustentáveis no longo prazo.

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Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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