12 Tipos de Riscos em Investimentos que Você Precisa Conhecer (Parte 1)

Risco

1. Introdução

Olá, leitores! Sou o Igor Ramalho e de hoje em diante vocês verão alguns artigos meus intercalados com os do Henrique aqui no HC Investimentos. Espero que gostem da escrita.
Sintam-se livres para comentar com sugestões, discussões e dúvidas!

Nesta série de artigos, abordarei as várias formas de risco e como nós investidores podemos identificá-las e nos proteger em relação a diversos tipos de investimentos, tanto em Renda Fixa (RF) quanto na Renda Variável (RV).

Continue lendo esse artigo e boa leitura!

1.1. Formas de risco de investimentos

Conforme já foi explicado aqui, o conceito de risco tem diferentes significados para os investidores, dependendo do contexto do assunto.

Pode ser expressado pela volatilidade dos preços dos ativos ou pela descrição de possibilidades de acontecimentos que envolvem o ativo considerado, seja por fatores internos ou externos. Em ambas as formas, chegamos à principal definição de risco:

“Risco é o potencial de perdas resultante de um investimento.”

A forma de risco mais simples de ser analisada é a volatilidade, por um motivo crucial: é um valor matemático (estatístico, na verdade). É dado pelo simples Desvio Padrão das cotações do ativo em um dado período definido de tempo.

Caso este fosse o único indicador existente, a análise de risco do ativo se tornaria relativamente simples: caso o nível de risco de sua carteira – dada a inclusão deste ativo – não supere um dado nível (risco máximo permitido), ele pode ser incluído na carteira.

Mas, infelizmente, esta não é a única forma de risco presente nos investimentos que conhecemos. Nem a única que devemos analisar.

Quando levamos em conta apenas o risco esperado pela volatilidade do ativo (claro, sempre associado com um dado patamar de retorno esperado), deixamos de lado uma parte importantíssima do processo: os riscos sistêmicos, que contemplam, dentre vários, os riscos de mercado.

Os riscos sistêmicos são aqueles riscos que afetam toda uma classe de ativos ou até mesmo várias classes de uma só vez. São exemplos:

Risco de mercado

Riscos inerentes ao mercado em que o ativo é negociado.

  • Para ações, por exemplo, há o Risco da renda variável como um todo, quando pode ocorrer uma queda generalizada nos preços de ações de diversas empresas, caso o índice Ibovespa caia.
  • Risco de mudanças econômicas, como alteração da taxa de juros e variações nos índices de inflação.
  • Risco de câmbio, que pode afetar o valor, em moeda local, de ativos de uma empresa em moeda estrangeira. Ainda, pode afetar os custos de importação e receitas de exportação dos produtos.

Risco de liquidez

Possibilidade de não ser possível negociar um ativo rápido o suficiente para previnir uma perda ou garantir um lucro, normalmente caracterizado em ativos com pouca negociação.

  • Para ações não-líquidas (ou ilíquidas), por exemplo, nota-se que os valores de compra/venda no livro de ofertas são comumente distantes.

Risco operacional

Relacionado com as decisões internas de uma empresa. Normalmente, as perdas são causadas por falhas causadas por processos internos, por pessoas ou por sistemas.

Risco de ativos derivados de outros ativos

No qual os preços dependem ou variam de acordo com um ativo associado, como em opções sobre ações.

Risco de crédito

Associado com a possibilidade do emissor do ativo não cumprir com suas obrigações, entrando em Default financeiro.

Risco de investimento estrangeiro

Dado pela rápida variação de volume de capital estrangeiro, derivado de mudanças diplomáticas ou de políticas estrangeiras.

Outros riscos que podem ser citados

  • Risco de reputação do emissor do ativo: problemas na qualidade de produtos e serviços entregues pela empresa, geralmente por auditorias mal-realizadas ou fraco controle de qualidade.
  • Risco legal: envolvimento dos integrantes da empresa em escândalos, fraude e/ou corrupção.
  • Risco de TI: falhas operacionais relacionadas à Tecnologia da Informação. Falhas em sistemas e falhas de segurança na informação, como o vazamento de um fato relevante em momento impróprio, compõem este fator de risco.

Bem, se alguém for analisar todos os tipos de risco envolvidos no processo, nem pensaria em investir em renda variável. Usando uma analogia do dia a dia, é como se as pessoas resolvessem não sair de casa por causa da violência nas ruas.

Em outras palavras, não faz sentido deixar de tentar obter ganhos maiores (no longo prazo) por conta de riscos que podem nem vir a acontecer.

O trivial aqui é entender os tipos de risco envolvidos em cada tipo de investimento e saber exatamente como agir quando os problemas surgirem.

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1.2. Minimizando o risco ao investir

Uma das formas de minimizar alguns dos riscos, como o da volatilidade, é a diversificação sadia dos ativos. Sadia, neste contexto, significa que se deve sempre evitar a diversificação excessiva, por conta dos custos transacionais envolvidos.

A ideia da Alocação dos Ativos, tão difundida pelo Henrique, aliada a uma boa política de aportes e rebalanceamento, é uma das melhores formas de diversificação existentes, pois permite que se administre uma carteira de uma forma intermediária (entre ativa e passiva), com pouco giro – e, consequentemente, custo reduzido.

Resumindo, o que deve ser considerado é: não invista em ativos que você não domine, ou seja, sem antes conhecer os riscos envolvidos e saber se este se encaixa em seu perfil de risco.

1.3. Como saber o meu nível de aceitação de risco?

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O valor de mercado de certos ativos pode oscilar de forma mais brusca, tornando impeditivo que pessoas com perfil menos ousado possam investir nestes instrumentos. Mas como definir qual meu perfil de investidor?

Há algumas maneiras de descobrir seu perfil, verificando assim o seu grau de aceitação de risco (ou como também é conhecido, tolerância ao risco). A principal é por meio dos famosos formulários de Perfil de Investidor – disponíveis nos sites das principais corretoras e bancos de investimento.

É um bom ponto de partida, mas é impreciso, porque nem sempre as respostas ali representam o que realmente ocorre com o investidor no “calor do mercado”.

A alternativa a este método que considero mais apropriada é seu próprio ajuste pessoal. Isso se aplica principalmente quando consideramos o método de Alocação de Ativos.

Nesse caso, o investidor pode até utilizar o formulário como pontapé inicial – definindo as porcentagens de alocação em cada classe de ativos – e depois ir ajustando o perfil à medida que mudam as variáveis abaixo:

  • Os resultados da sua carteira de investimento;
  • Sua vontade de se expor mais (ou menos) ao risco;
  • Sua política de rebalanceamento de ativos;
  • Situação econômica no período.

Portanto, se você estiver insatisfeito com o retorno apresentado por sua carteira e considerar que sua política de investimento permite que você esteja mais exposto ao risco, vale a pena redefinir a Alocação de Ativos.

Tal ajuste se dará, provavelmente, na maior concentração em ativos de renda variável – FII e ações, por exemplo.

Claro, esta premissa é válida supondo que o investimento seja de longo prazo, onde o risco da volatilidade (para ações, por exemplo) é comumente minimizado.

Considerações finais

Como palavras finais, é importante frisar que, independente dos esforços realizados, é impossível estar livre de todos os riscos.

É justamente este motivo pelo qual investir me parece tão estimulante! Viver uma vida sem riscos deve ser bem chato! =)

Ao conhecer o ativo que deseja investir e os riscos envolvidos no processo, tenha certeza que ele atenda o seu perfil e, de fato, invista! Obtendo sucesso ou fracasso, siga em frente. Faz parte do jogo.

No próximo post, mostrarei em detalhes os riscos envolvidos em diversos ativos de Renda Fixa, bem como identificá-los e administrá-los.

Também será mostrada uma aplicação prática sobre tudo que estudamos neste primeiro artigo, com a sugestão de alguns indicadores de risco e como interpretá-los. Em seguida, falaremos sobre riscos em ativos de Renda Variável. Acompanhem!

Até a próxima, pessoal!

Igor Ramalho

Sobre o autor do texto

Igor Ramalho é mestrando em Inteligência Computacional na UFRJ, analista de sistemas de um banco internacional de investimentos e fundador do blog Vitamina $. Estudioso de finanças pessoais, começou a redigir artigos para o HC Investimentos em 2013. Leia mais aqui

Sobre o autor

Henrique é especialista em alocação de ativos, eleito um dos 5 melhores educadores financeiros do Brasil em 2012/2013. Continue Lendo aqui!

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